A fabricante norueguesa de alumínio Norsk Hydro registrou prejuízo líquido de 758 milhões de coroas norueguesas, cerca de US$ 123,7 milhões, no quarto trimestre. A cifra negativa é comparável a lucro de 87 milhões de coroas apresentado nos mesmos três meses do ano anterior.
Apesar da deterioração no resultado, a receita líquida do grupo cresceu 6,3% sobre as mesmas bases, para 16,57 bilhões de coroas. A produção de alumina subiu 4%, para 1,45 milhão de toneladas, enquanto a de alumínio avançou 2% e terminou em 492 mil toneladas no período. O preço de venda do alumínio caiu 7%, para US$ 1,8 mil a tonelada.
As vendas foram impulsionadas pela usina de processamento de alumina Alunorte, em Barcarena, no Pará, que voltou a expandir sua produção após paralisações durante todo o ano. “Voltamos a níveis de produção vistos em 2012, fornecendo volumes estáveis de alumina de alta qualidade”, informou Svein Brandtzaeg, presidente da empresa. A cobrança de Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que se iniciou na unidade neste mês para compras de combustível, preocupa a Norsk. “Precisamos de condições estáveis e previsíveis onde quer que operemos, para que possamos nos comprometer no longo prazo”, disse Brandtzaeg. A companhia já havia reclamado da alíquota recentemente, criticando “mudanças súbitas na tributação paraense”.
Mas em nota divulgada hoje, a norueguesa disse que já conversa com autoridades brasileiras para “garantir” que o Brasil vá assegurar a estabilidade que busca. O balanço da fabricante de alumínio indica que o prejuízo do quarto trimestre foi largamente causado pela área de bauxita e alumina, com perdas de 379 milhões de coroas. Desse total, 109 milhões de coroas vieram de cobranças tributárias no Brasil. Além disso, baixas contábeis e mudanças em planos de pensão pesaram sobre a última linha do balanço.
No acumulado do ano, a Norsk observou prejuízo de 839 milhões de coroas, redução de 37% ante 2012. A receita, por sua vez, chegou a 64,8 bilhões de coroas, alta de 1%. Para 2014, o grupo acredita que a demanda pelo alumínio crescerá entre 2% e 4% no mundo, excluindo a China.“As operações estáveis na Alunorte continuam uma grande prioridade [para este ano]”, disse Brandtzaeg.
Fonte: Valor