Parece eterno o reinado de Antonio de Oliveira Santos (foto) à frente da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Na presidencia da entidade há 33 anos, Santos está sentado num orçamento de quase R$ 5 bilhões por ano, advindo de contribuições sindicais e das empresas, e não parece disposto a largar o osso. Candidato a mais um mandato de quatro anos, ele tem opositores de peso dentro das federações estaduais, mas na guerra suja pelo controle da CNC, ele tem um armamento poderoso para neutralizar seus adversários.
A estratégia de Oliveira Santos para se eternizar no poder é afastar seus potenciais e efetivos adversários por meio de intervenções nas federações estauais e suas seccionais do Sesc e Senac com o argumento de que praticam irregularidades. Durante seu mandato, Oliveira Santos, que por sinal carrega nas costas um sem número de ações na Justiça, usou este método para afastar da presidencia seu opositor no Sesc e Senac de Pernambuco, nomeando para o lugar um seu correligionário, Josias Albuquerque. Com o mesmo argumento ele afastou do cargo opositores no Sistema Fecomércio do Piauí, do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal.
No ano passado Oliveira Santos moveu seus exércitos contra o presidente da Fecomércio do Rio de Janeiro, Orlando Diniz, afastando-o sob suspeitas de corrupção, e nomeando para seu lugar o empresário Maron Emile Abi-Abib. Diniz, que está no seu segundo mandato, não apenas retomou o cargo na Justiça por falta de provas, como moveu uma ação contra o presidente da CNC por improbidade administrativa. É uma guerra pesada.
Punido pelo Tribunal de Contas da União por irregularidades da ordem de R$ 9 bilhões na gestão à frente da CNC, Oliveira Santos foi afastado do cargo. Mesmo assim é candidato para mais um mandato. Se conseguir, terá um tempo de casa comparável aos ditadores que mais tempo ficaram no poder, como Muammar Kadafi, Hosni Mubarak e Fidel Castro.
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