Número de demitidos pode ter chegado a 30% da força de trabalho da companhia
O dia 14 de maio foi de tensão dentro da sede do Groupon, em São Paulo. Todas as salas de reuniões estavam reservadas, uma conversa atrás de outra com um tema central: a reestruturação da empresa.
Eles já foram site de compras coletivas, agora se intitulam um comércio eletrônico local. De um jeito ou de outro, parecem viver uma crise. Naquela quarta-feira (14), o Groupon teria demitido cerca de 160 funcionários dos departamentos de suporte – o equivalente a 30% da força de trabalho da empresa.
A informação, vinda de um ex-funcionário que pediu para não ser identificado, não foi confirmada pelo Groupon.
Procurada pelo iG, a empresa confirmou que houve desligamentos, mas se recusou a oferecer mais detalhes sobre o número de demitidos. Segundo a assessoria de imprensa, por ter capital aberto na bolsa eletrônica Nasdaq, dos Estados Unidos, a empresa está submetida a regras de sigilo quanto à divulgação desses números.
Em nota, a empresa afirma que “foram feitos ajustes pontuais em áreas de suporte, ao mesmo tempo em que aumentamos o número de pessoas em vendas e atendimento ao cliente, que permitirão acelerar nosso crescimento no Brasil”. A equipe internacional de comunicação da companhia informou ao iG que este número é “impreciso”, mas “não negará nem confirmará” o corte.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cursos de Informática do Estado de São Paulo (Sindiesp) informa que o número de demitidos do Groupon é informação sigilosa. Em nota, o sindicato informa que “não é do conhecimento do Sindiesp esta quantidade de demissões”.
O funcionário do Sindiesp que atendeu a reportagem – e se recusou a fornecer seu nome – informou por telefone que a instituição não prestará mais informações sobre o assunto.
Operação brasileira seria deficitária
Segundo o ex-funcionário, a empresa teria recebido no meio do ano passado um ultimato da matriz, situada em Chicago. “O Groupon tinha um ano para dar lucro, caso contrário teria de reduzir drasticamente os custos”, relata.
Esta era uma das missões de Michel Piestun, que assumiu a presidência da empresa em junho de 2013. No entanto, o que se diz nos corredores do Groupon é que ainda não encontraram uma forma de ampliar os resultados. “Eles estão sempre dizendo que estão se reinventando, mudando o modelo de negócio, mas o fato é que essa conta deles ainda não fecha”, sinaliza um ex-funcionário. “O lucro não veio e Chicago entrou em contato com o Michel e mandou cortar quadros.”
Os rumores não se limitam a demissões. Os outros escritórios em São Paulo também teriam sido fechados. O destino das outras unidades fora da capital paulista deve ser o mesmo. “Disseram que vão manter uma unidade por região”, comenta o ex-funcionário.
Este seria um dos passos da reestruturação sobre a qual Piestun vem falando desde o ano passado. O diretor de Marketing e Comunicação da empresa, Tomás Penido, afirma que esses rumores são fruto de “alguém jogando contra” a empresa.
Fonte: Ig