Após escândalos de suborno, diretores deixam Walmart na surdina

walmart blackThomas A. Mars era presidente-exercutivo de dados do Walmart nos Estados Unidos, mas deixou o cargo. José Luis Rodríguez Macedo Rivera, conselheiro geral da divisão mexicana do Walmart, também deixou a empresa sem fazer barulho. E H. Lee Scott Jr., que era executivo chefe do Walmart, irá se aposentar do conselho diretivo da empresa em junho.

Esses homens pertencem a uma longa lista de executivos dos níveis mais altos de gestão do Walmart que tinham cargos fundamentais na empresa quando a divisão internacional da rede foi alvo de escândalos de corrupção. Em julho, quase todas as pessoas dessa lista já não estarão mais na empresa – mas nenhuma das saídas foi citada pelo Walmart como uma forma de limpar a bagunça causada por esses escândalos.

Já se passaram dois anos desde que as acusações de suborno surgiram, seguidas de uma investigação do governo dos EUA a respeito das operações internacionais do Walmart. Os gastos da empresa estão chegando a quase meio bilhão de dólares [cerca de R$ 1 bilhão] em função das investigações internas e externas, após uma reportagem publicada pelo jornal The New York Times.

Mudanças buscam evitar investigação do governo

Embora as investigações ainda estejam em curso, o Walmart mudou consideravelmente sua estrutura e equipe de conformidade, às vezes com grande barulho, mas outras sem soltar nenhum pio.

Embora as circunstâncias por trás da saída de cada executivo sejam pouco claras, um padrão surgiu. Ao menos oito dos executivos com altos cargos no Walmart de México, Índia e Bentonville, no Arkansas [onde fica a sede da empresa, nos EUA], deixaram a empresa desde a segunda metade de 2011, quando a empresa foi informada da investigação do The Times.

Nos mesmos dois anos, o Walmart mudou o programa de conformidade global. Em uma medida que nada contra a maré da cultura corporativa, a empresa aumentou em mais de 30%a equipe de conformidade, chegando a 2 mil funcionários, nesse curto período de tempo.

Outras mudanças – incluindo exigir que quaisquer casos potenciais de corrupção fora dos EUA sejam comunicados à sede corporativa e ao conselho diretivo – diminuíram a possibilidade de que executivos aleguem ignorância no futuro.

É do interesse do Walmart, sobretudo durante as negociações com os promotores federais, mostrar como dedicou mais recursos à conformidade.

“Quanto mais proativo você for em termos de estabelecer um bom programa de conformidade, maior é a leniência com a qual o Departamento de Justiça irá observar o caso”, afirma David Schertler, advogado de defesa. “Pode ter certeza de que eles estão informando muito bem o Departamento de Justiça, mesmo que não tornem públicas as suas medidas.”

Fonte: Ig

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