O volume baixo de vendas e os altos estoques do setor automobilístico provocaram mais de 500 demissões na Kasinski, fabricante de motocicletas com unidade em Manaus (AM). Há cerca de três meses, a empresa fechou uma unidade com capacidade para entregar 110 mil motos por ano.
A alternativa, diz o presidente da montadora, Cláudio Rosa Júnior, foi erguer uma nova fábrica, que deve ficar pronta até o final deste ano, com menos de metade da capacidade.
“A nova unidade vai entregar 50 mil motos por ano. Infelizmente, existe demanda, mas falta crédito para o consumidor” avalia o executivo.
Outras montadoras de motocicletas não chegaram a fechar fábricas, mas adotaram medidas de contenção que também afetam os trabalhadores.
Entre junho e julho, Mitsubishi, Honda e Yamaha, por exemplo, promoveram períodos de férias coletivas.
Nesta segunda-feira (4), a MAN, unidade de caminhões da Volkswagen em Resende (RJ), iniciou um período de cinco meses de layoff, que é a suspensão temporária do contrato de trabalho, válida para cerca de cem funcionários.
CARROS
Com demanda em queda e estoques em alta, algumas das principais montadoras de automóveis do país também preparam novas rodadas de afastamento de funcionários.
A Fiat vai conceder férias coletivas entre 11 e 20 de agosto, quando produzirá cerca de 10 mil veículos a menos.
A Ford vai adotar a mesma medida, principalmente na fábrica de Taubaté, no interior paulista.
A General Motors já avisou aos sindicatos que haverá suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off) na unidade de São José dos Campos (SP).
Na contramão está a BMW, que planeja encerrar 2014 com cerca de 800 novas contratações na unidade de Araquari (SC).
As montadoras Honda e Peugeot não preveem cortes nem admissões.
Um dos principais sindicatos do setor, o Sindipeças, já distribui panfletos nas fábricas, para lembrar aos trabalhadores os direitos em casos de afastamento temporário.
Fonte: Folha de São Paulo