A diferença entre as transações do Brasil com o restante do mundo ficou negativa em US$ 90,948 bilhões em 2014, ou o equivalente a 4,17% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (23). A diferença, que inclui tanto produtos quanto serviços, é chamada de conta de transações correntes.
É o pior desempenho desde 2001. O resultado também é pior que o previsto pelo BC, de US$ 86,2 bilhões.
Somente em dezembro de 2014, a conta foi negativa em US$ 10,317 bilhões.
Em 2013, a conta tinha ficado negativa em US$ 81,1 bilhões, ou 3,62% do PIB.
Esses resultados negativos foram registrados só numa das facetas do chamado balanço de pagamentos (as transações correntes).
Se forem considerados todos os demais itens, o resultado foi negativo em US$ 9,8 bilhões em dezembro, mas fechou 2014 com saldo positivo de US$ 10,8 bilhões.
Quando o país tem deficit em conta-corrente (gasta além de sua renda), é preciso financiar o resultado com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior.
O investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiamento, por ser de longo prazo. Existem, porém, outras formas de financiamento, como os empréstimos e os investimentos estrangeiros em ações e em títulos de renda fixa.
Pelo segundo ano consecutivo, o IED não foi suficiente para financiar integralmente o deficit. O IED somou US$ 62,495 bilhões no ano passado, ou 2,87% do PIB. O BC esperava 2,88% do PIB ou US$ 63 bilhões. Somente em dezembro, o IED foi de US$ 6,650 bilhões.
Fonte: Uol