Os empregados do Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), na Ilha do Governador, zona norte do Rio, encontraram as portas fechadas ao chegar ao trabalho na manhã desta segunda-feira (14). Com 3.000 empregados, a empresa chegou a enviar cartas para alguns dos trabalhadores comunicando a rescisão dos contratos.
“A única alternativa hoje para manter o estaleiro funcionando é diminuir ao máximo nossos custos operacionais. Com muita tristeza e dor, nos vemos na necessidade imediata de realizar cortes de pessoal”, diz a carta, assinado pela presidência do estaleiro.
O Eisa tem hoje contrato para a construção de dois navios para a Log-In Logística, além de embarcações da Marinha. Na semana passada, a empresa entregou um porta-contêiners da Log-In, parte de uma encomenda de sete embarcações, das quais cinco já foram entregues.
O estaleiro é controlado pelo empresário German Efromovich, que, em junho, fechou as portas do estaleiro Mauá, em Niterói, alegando falta de recursos para concluir obras para a Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transportes.
Os trabalhadores temem ficar sem o décimo terceiro e as verbas rescisórias. Depois de encontrar os portões fechados, parte dos empregados saiu em passeata até o Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim/Galeão, a oito quilômetros de distância.
“Até hoje, os trabalhadores do Mauá não receberam”, diz o representante do Fórum dos Trabalhadores da Indústria Naval e Petróleo, Joacir Pedro. Segundo ele, o estaleiro alegou que não vem recebendo de seus clientes e, por isso, não tem condições de manter as operações.
Fonte: Uol