A escalada do dólar não deve impedir que o déficit da balança comercial de produtos industrializados atinja a casa dos 100 bilhões de dólares em 2013 – o pior desempenho do setor de manufatura desde o ano 2000. A crise internacional, a perda de competitividade dos produtos brasileiros e o aumento das importações de manufaturados prejudicaram a indústria brasileira, que tem registrado crescimento pífio nos últimos três anos.
O Brasil perdeu vantagem competitiva em relação a outros países que ganharam espaço no mercado externo em produtos intensivos e em pesquisa e desenvolvimento. Na outra ponta, o Brasil aumentou as importações de produtos acabados, que ficaram mais baratos lá fora por conta do aumento da capacidade ociosa em muitas nações e pelo dólar barato durante um período prolongado.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o déficit comercial de produtos manufaturados é de 103,6 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses, encerrados em julho. Nos sete primeiros meses deste ano, o saldo está negativo em 64,3 bilhões de dólares – no mesmo período do ano passado era de 54,8 bilhões de dólares. A balança de manufaturados passou a ser deficitária em 2007, mas piorou depois do auge da crise nos Estados Unidos em 2009. O saldo ficou negativo em 94,1 bilhões de dólares no ano passado.
Longe do recorde — As exportações de produtos acabados nunca mais superaram o recorde de 2008, de 92,6 bilhões de dólares, apesar de terem dado sinais de recuperação em 2011. As exportações de itens industrializados somaram 50,6 bilhões de dólares de janeiro a julho deste ano, patamar muito próximo aos sete primeiros meses de 2012. No acumulado em 12 meses, totalizaram 90,5 bilhões de dólares.
Fonte: Veja Online