Onze dias depois de a Eletrobras ter informado ao mercado que havia obtido um empréstimo da Caixa Econômica Federal para refinanciar uma dívida junto a um fundo do setor elétrico, o ministro Guido Mantega (Fazenda) determinou o cancelamento da operação, que traria alívio aos gastos do governo.
Segundo a Folha apurou, o ministro considerou que a operação estava sendo interpretada no mercado financeiro como mais uma medida de “contabilidade criativa” para reduzir artificialmente as despesas do governo -apesar de o ministério defender que o foco do empréstimo era a redução do custo de financiamento da estatal.
O empréstimo com a Caixa seria usado pela Eletrobras para quitar uma dívida de R$ 2,6 bilhões com um fundo do setor elétrico que cobre, entre outras despesas, parte dos custos com a redução da tarifa implementada pelo governo.
Na prática, a operação seria uma forma indireta de dar um refresco ao Tesouro Nacional, porque, ao engordar o caixa da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), os pagamentos da Eletrobras reduziriam a necessidade de transferências de recursos da União para esse fundo.
Apenas neste ano, as transferências do Tesouro à CDE somaram R$ 8,4 bilhões.
O fundo começou 2013 com R$ 2,6 bilhões em caixa.
No fim de outubro, dispunha de R$ 500 milhões, mesmo após os consecutivos repasses do governo.
Fonte: Folha de S. Paulo