Petrobras: veja o que mais desagradou os investidores no balanço de 2024 da estatal, que derreteu na Bolsa

Depois de frustrar investidores com uma queda de 70,6% do lucro — que somou R$ 36,6 bilhões em 2024 — e o anúncio de dividendos em volume inferior ao previsto pelo mercado, as ações da Petrobras tiveram forte queda ontem e afetaram o desempenho da Bolsa, que fechou quase estável, com alta de 0,02%.

Os papéis ordinários (com direito a voto) da estatal recuaram 5,56%, na maior desvalorização desde maio do ano passado, cotados a R$ 39,24. Foram também a maior queda ontem do Ibovespa, índice de referência dos investidores.

Com a reação ao primeiro desempenho anual da gestão de Magda Chambriard, o valor de mercado da petroleira encolheu em R$ 24,5 bilhões, para R$ 491,4 bilhões, o maior recuo desde dezembro.

Os papéis iniciaram o dia em baixa, com investidores repercutindo o pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos do quarto trimestre. As expectativas giravam em torno de R$ 11 bilhões a R$ 17 bilhões. No pior momento do pregão, as ações da Petrobras chegaram a cair 9%. A reação negativa também foi vista nos recibos de ações da Petrobras negociados em Nova York (ADRs), que recuaram 5,66%.

‘Sinal de alerta’

Além da perspectiva de ganho menor para o acionista, a estatal sofreu outro revés com o relatório de técnicos do Ibama rejeitando a licença para pesquisa na Margem Equatorial, mas a decisão final é do presidente do órgão.

Em conferência com analistas, a presidente da Petrobras destacou que a estatal enfrentou um 2024 desafiador e que entende a frustração do mercado com a distribuição de dividendos a curto prazo.

Em relatório, o Citi afirmou que a reação negativa veio do anúncio de dividendos ordinários fracos no trimestre. Nos últimos anos, a Petrobras se firmou como boa pagadora de dividendos, e isso atraiu investidores para o papel.

Analistas do BTG Pactual afirmaram que “um sinal de alerta” foi aceso pela possibilidade de uma guinada na alocação de capital da empresa diante do histórico de interferência política, mas o próprio banco afirma que há pouca probabilidade de isso acontecer e vê o “momento de pânico” como boa oportunidade de investir na ação.

Já o Goldman Sachs destaca em relatório que “o acionista controlador da Petrobras tem se manifestado sobre a necessidade de usar a empresa para acelerar o crescimento do PIB.”

‘Óleo no bolso mais rápido’

Os resultados divulgados na quarta-feira mostram que a empresa teve queda de 3,8% na produção, puxada pelas paradas para manutenção em campos do pré-sal e pelo declínio natural dos campos do pós-sal, com queda de 20%.

Chamou a atenção o recuo de 1,4% no volume de vendas no mercado interno, para 1,719 milhão de barris por dia. O resultado foi influenciado pela queda de 4,1% na gasolina e pela retração de 2,8% no diesel.

Ontem, ao comentar o desempenho, Magda explicou que a estratégia é ampliar a produção, com aumento dos investimentos através da antecipação da entrada de plataformas de produção. Ela citou o Campo de Búzios, que tem perspectiva de chegar a 2 milhões de barris por dia em 2030. Hoje, produz 800 mil barris diários e deve atingir 1 milhão este ano.

— Entendemos a frustração do mercado com os dividendos de curto prazo, mas antecipar o investimento em Búzios é tudo que o investidor pode querer. O que estamos oferecendo é óleo no bolso mais rapidamente — disse Magda. — Estamos focados em antecipar investimentos. E foi isso que fizemos.

No ano passado, a estatal investiu US$ 16,5 bilhões. Para este ano, a previsão é de US$ 18,5 bilhões, com variação de 10% para cima ou para baixo. Magda disse que, se possível, pretende antecipar investimentos de 2026 para este ano.

A presidente da estatal citou a antecipação da nova unidade no Parque das Baleias, na Bacia de Campos. Prevista para este ano, entrou em operação em outubro de 2024. E a antecipação de outras unidades, como no Campo de Mero, na Bacia de Santos.

— Enfrentamos o desafio do crescimento da produção. E o que estamos apresentando é o crescimento da produção e das reservas. Repor reserva é fundamental para a Petrobras manter sua relevância. Por isso, entendemos como revelante, essencial e importante a exploração da Margem Equatorial de forma responsável. É uma área que entendemos ter alto potencial — afirmou Magda a analistas.

Analistas apontaram a alta do dólar e a queda do preço do petróleo como fatores para o resultado da empresa, que teve prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre. Magda afirmou que o dólar foi o principal responsável pela perda de outubro a dezembro.

Segundo ela, o lucro menor deveu-se a uma questão contábil, referente à variação cambial das dívidas entre a estatal e subsidiárias no exterior.

Na prática, embora tenha receitas em dólar, a Petrobras tem dívidas na moeda americana. Quando esta sobe, há impacto no valor a ser provisionado para pagamento. Sem isso, a empresa diz que o lucro líquido anual teria sido de R$ 103 bilhões.

A divida líquida subiu 16,9%, a US$ 52,240 bilhões.

O equilíbrio entre pagamento de dividendos e investimento foi a tônica das avaliações do mercado ontem.

Para Rafael Passos, analista e sócio da Ajax Investimentos, a entrevista de Magda jogou luz sobre os futuros investimentos e contribuiu para frear a queda dos papéis:

— Anteciparam algum investimento para o campo de Búzios e isso trouxe um alívio (na queda das ações), porque ajuda a aumentar a produção para 2025.

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Petrobras: veja o que mais desagradou os investidores no balanço de 2024 da estatal, que derreteu na Bolsa

Depois de frustrar investidores com uma queda de 70,6% do lucro — que somou R$ 36,6 bilhões em 2024 — e o anúncio de dividendos em volume inferior ao previsto pelo mercado, as ações da Petrobras tiveram forte queda ontem e afetaram o desempenho da Bolsa, que fechou quase estável, com alta de 0,02%.

Os papéis ordinários (com direito a voto) da estatal recuaram 5,56%, na maior desvalorização desde maio do ano passado, cotados a R$ 39,24. Foram também a maior queda ontem do Ibovespa, índice de referência dos investidores.

Com a reação ao primeiro desempenho anual da gestão de Magda Chambriard, o valor de mercado da petroleira encolheu em R$ 24,5 bilhões, para R$ 491,4 bilhões, o maior recuo desde dezembro.

Os papéis iniciaram o dia em baixa, com investidores repercutindo o pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos do quarto trimestre. As expectativas giravam em torno de R$ 11 bilhões a R$ 17 bilhões. No pior momento do pregão, as ações da Petrobras chegaram a cair 9%. A reação negativa também foi vista nos recibos de ações da Petrobras negociados em Nova York (ADRs), que recuaram 5,66%.

‘Sinal de alerta’

Além da perspectiva de ganho menor para o acionista, a estatal sofreu outro revés com o relatório de técnicos do Ibama rejeitando a licença para pesquisa na Margem Equatorial, mas a decisão final é do presidente do órgão.

Em conferência com analistas, a presidente da Petrobras destacou que a estatal enfrentou um 2024 desafiador e que entende a frustração do mercado com a distribuição de dividendos a curto prazo.

Em relatório, o Citi afirmou que a reação negativa veio do anúncio de dividendos ordinários fracos no trimestre. Nos últimos anos, a Petrobras se firmou como boa pagadora de dividendos, e isso atraiu investidores para o papel.

Analistas do BTG Pactual afirmaram que “um sinal de alerta” foi aceso pela possibilidade de uma guinada na alocação de capital da empresa diante do histórico de interferência política, mas o próprio banco afirma que há pouca probabilidade de isso acontecer e vê o “momento de pânico” como boa oportunidade de investir na ação.

Já o Goldman Sachs destaca em relatório que “o acionista controlador da Petrobras tem se manifestado sobre a necessidade de usar a empresa para acelerar o crescimento do PIB.”

‘Óleo no bolso mais rápido’

Os resultados divulgados na quarta-feira mostram que a empresa teve queda de 3,8% na produção, puxada pelas paradas para manutenção em campos do pré-sal e pelo declínio natural dos campos do pós-sal, com queda de 20%.

Chamou a atenção o recuo de 1,4% no volume de vendas no mercado interno, para 1,719 milhão de barris por dia. O resultado foi influenciado pela queda de 4,1% na gasolina e pela retração de 2,8% no diesel.

Ontem, ao comentar o desempenho, Magda explicou que a estratégia é ampliar a produção, com aumento dos investimentos através da antecipação da entrada de plataformas de produção. Ela citou o Campo de Búzios, que tem perspectiva de chegar a 2 milhões de barris por dia em 2030. Hoje, produz 800 mil barris diários e deve atingir 1 milhão este ano.

— Entendemos a frustração do mercado com os dividendos de curto prazo, mas antecipar o investimento em Búzios é tudo que o investidor pode querer. O que estamos oferecendo é óleo no bolso mais rapidamente — disse Magda. — Estamos focados em antecipar investimentos. E foi isso que fizemos.

No ano passado, a estatal investiu US$ 16,5 bilhões. Para este ano, a previsão é de US$ 18,5 bilhões, com variação de 10% para cima ou para baixo. Magda disse que, se possível, pretende antecipar investimentos de 2026 para este ano.

A presidente da estatal citou a antecipação da nova unidade no Parque das Baleias, na Bacia de Campos. Prevista para este ano, entrou em operação em outubro de 2024. E a antecipação de outras unidades, como no Campo de Mero, na Bacia de Santos.

— Enfrentamos o desafio do crescimento da produção. E o que estamos apresentando é o crescimento da produção e das reservas. Repor reserva é fundamental para a Petrobras manter sua relevância. Por isso, entendemos como revelante, essencial e importante a exploração da Margem Equatorial de forma responsável. É uma área que entendemos ter alto potencial — afirmou Magda a analistas.

Analistas apontaram a alta do dólar e a queda do preço do petróleo como fatores para o resultado da empresa, que teve prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre. Magda afirmou que o dólar foi o principal responsável pela perda de outubro a dezembro.

Segundo ela, o lucro menor deveu-se a uma questão contábil, referente à variação cambial das dívidas entre a estatal e subsidiárias no exterior.

Na prática, embora tenha receitas em dólar, a Petrobras tem dívidas na moeda americana. Quando esta sobe, há impacto no valor a ser provisionado para pagamento. Sem isso, a empresa diz que o lucro líquido anual teria sido de R$ 103 bilhões.

A divida líquida subiu 16,9%, a US$ 52,240 bilhões.

O equilíbrio entre pagamento de dividendos e investimento foi a tônica das avaliações do mercado ontem.

Para Rafael Passos, analista e sócio da Ajax Investimentos, a entrevista de Magda jogou luz sobre os futuros investimentos e contribuiu para frear a queda dos papéis:

— Anteciparam algum investimento para o campo de Búzios e isso trouxe um alívio (na queda das ações), porque ajuda a aumentar a produção para 2025.

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Petrobras: veja o que mais desagradou os investidores no balanço de 2024 da estatal, que derreteu na Bolsa

Depois de frustrar investidores com uma queda de 70,6% do lucro — que somou R$ 36,6 bilhões em 2024 — e o anúncio de dividendos em volume inferior ao previsto pelo mercado, as ações da Petrobras tiveram forte queda ontem e afetaram o desempenho da Bolsa, que fechou quase estável, com alta de 0,02%.

Os papéis ordinários (com direito a voto) da estatal recuaram 5,56%, na maior desvalorização desde maio do ano passado, cotados a R$ 39,24. Foram também a maior queda ontem do Ibovespa, índice de referência dos investidores.

Com a reação ao primeiro desempenho anual da gestão de Magda Chambriard, o valor de mercado da petroleira encolheu em R$ 24,5 bilhões, para R$ 491,4 bilhões, o maior recuo desde dezembro.

Os papéis iniciaram o dia em baixa, com investidores repercutindo o pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos do quarto trimestre. As expectativas giravam em torno de R$ 11 bilhões a R$ 17 bilhões. No pior momento do pregão, as ações da Petrobras chegaram a cair 9%. A reação negativa também foi vista nos recibos de ações da Petrobras negociados em Nova York (ADRs), que recuaram 5,66%.

‘Sinal de alerta’

Além da perspectiva de ganho menor para o acionista, a estatal sofreu outro revés com o relatório de técnicos do Ibama rejeitando a licença para pesquisa na Margem Equatorial, mas a decisão final é do presidente do órgão.

Em conferência com analistas, a presidente da Petrobras destacou que a estatal enfrentou um 2024 desafiador e que entende a frustração do mercado com a distribuição de dividendos a curto prazo.

Em relatório, o Citi afirmou que a reação negativa veio do anúncio de dividendos ordinários fracos no trimestre. Nos últimos anos, a Petrobras se firmou como boa pagadora de dividendos, e isso atraiu investidores para o papel.

Analistas do BTG Pactual afirmaram que “um sinal de alerta” foi aceso pela possibilidade de uma guinada na alocação de capital da empresa diante do histórico de interferência política, mas o próprio banco afirma que há pouca probabilidade de isso acontecer e vê o “momento de pânico” como boa oportunidade de investir na ação.

Já o Goldman Sachs destaca em relatório que “o acionista controlador da Petrobras tem se manifestado sobre a necessidade de usar a empresa para acelerar o crescimento do PIB.”

‘Óleo no bolso mais rápido’

Os resultados divulgados na quarta-feira mostram que a empresa teve queda de 3,8% na produção, puxada pelas paradas para manutenção em campos do pré-sal e pelo declínio natural dos campos do pós-sal, com queda de 20%.

Chamou a atenção o recuo de 1,4% no volume de vendas no mercado interno, para 1,719 milhão de barris por dia. O resultado foi influenciado pela queda de 4,1% na gasolina e pela retração de 2,8% no diesel.

Ontem, ao comentar o desempenho, Magda explicou que a estratégia é ampliar a produção, com aumento dos investimentos através da antecipação da entrada de plataformas de produção. Ela citou o Campo de Búzios, que tem perspectiva de chegar a 2 milhões de barris por dia em 2030. Hoje, produz 800 mil barris diários e deve atingir 1 milhão este ano.

— Entendemos a frustração do mercado com os dividendos de curto prazo, mas antecipar o investimento em Búzios é tudo que o investidor pode querer. O que estamos oferecendo é óleo no bolso mais rapidamente — disse Magda. — Estamos focados em antecipar investimentos. E foi isso que fizemos.

No ano passado, a estatal investiu US$ 16,5 bilhões. Para este ano, a previsão é de US$ 18,5 bilhões, com variação de 10% para cima ou para baixo. Magda disse que, se possível, pretende antecipar investimentos de 2026 para este ano.

A presidente da estatal citou a antecipação da nova unidade no Parque das Baleias, na Bacia de Campos. Prevista para este ano, entrou em operação em outubro de 2024. E a antecipação de outras unidades, como no Campo de Mero, na Bacia de Santos.

— Enfrentamos o desafio do crescimento da produção. E o que estamos apresentando é o crescimento da produção e das reservas. Repor reserva é fundamental para a Petrobras manter sua relevância. Por isso, entendemos como revelante, essencial e importante a exploração da Margem Equatorial de forma responsável. É uma área que entendemos ter alto potencial — afirmou Magda a analistas.

Analistas apontaram a alta do dólar e a queda do preço do petróleo como fatores para o resultado da empresa, que teve prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre. Magda afirmou que o dólar foi o principal responsável pela perda de outubro a dezembro.

Segundo ela, o lucro menor deveu-se a uma questão contábil, referente à variação cambial das dívidas entre a estatal e subsidiárias no exterior.

Na prática, embora tenha receitas em dólar, a Petrobras tem dívidas na moeda americana. Quando esta sobe, há impacto no valor a ser provisionado para pagamento. Sem isso, a empresa diz que o lucro líquido anual teria sido de R$ 103 bilhões.

A divida líquida subiu 16,9%, a US$ 52,240 bilhões.

O equilíbrio entre pagamento de dividendos e investimento foi a tônica das avaliações do mercado ontem.

Para Rafael Passos, analista e sócio da Ajax Investimentos, a entrevista de Magda jogou luz sobre os futuros investimentos e contribuiu para frear a queda dos papéis:

— Anteciparam algum investimento para o campo de Búzios e isso trouxe um alívio (na queda das ações), porque ajuda a aumentar a produção para 2025.

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Petrobras anuncia pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos a acionistas

O Conselho de Administração (CA) da Petrobras anunciou na quarta-feira (26/2) ter autorizado a proposta de pagamento de dividendos em valores equivalentes a R$ 9,1 bilhões. A medida ainda deve passar pela Assembleia Geral Ordinária (AGO) da empresa, prevista para acontecer no próximo 16 de abril.

Se a proposta for aprovada, a remuneração aos acionistas relativa ao ano de 2024 totalizará R$ 75,8 bilhões, sendo R$ 73,9 bilhões em distribuição de dividendos e Juros sobre o Capital Privado (JCP), e R$ 1,9 bilhão em recompras de ações. A estimativa considera os proventos antecipados pela companhia ao longo do ano e devidamente corrigidos pela taxa básica de juros, a Selic.

De acordo com a Petrobras, os dividendos serão distribuídos em duas parcelas iguais no valor de R$ 0,35477261 para cada ação ordinária e preferencial. Caso o pagamento seja liberado, será feito nos dias 20 de maio e 20 de junho de 2025.

O valor total distribuído pela empresa ficou abaixo das expectativas do mercado. Em dólares, a soma distribuída pela companhia será equivalente a US$ 1,6 bilhão. No entanto, um relatório da XP mostra que havia um consenso entre as projeções do mercado que indicavam um valor bem acima, entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões.

Segundo a empresa, a distribuição proposta está alinhada à Política de Remuneração aos Acionistas (Política) vigente, que prevê a distribuição de 45% do fluxo de caixa livre aos acionistas, em caso de endividamento bruto igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor e observadas as demais condições da política adotada pela companhia.

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Além disso, os dividendos propostos para 2025 já levam em consideração a correção pela taxa Selic sobre as antecipações de dividendos e JCP relativas ao ano anteiror, no valor de cerca de R$ 600 milhões, que foram descontados, ainda, do valor total da remuneração para os acionistas.

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Petrobras tem lucro de R$ 36,6 bilhões em 2024, mesmo com prejuízo no 4º trimestre

A Petrobras anunciou na noite desta quarta-feira (26/2) o resultado financeiro anual da companhia. Em 2024, a empresa registrou lucro de R$ 36,6 bilhões (ou US$ 7,5 bilhões, na cotação atual), além de obter um Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 204 bilhões (US$ 38 bilhões) no mesmo período.

O investimento total feito pela companhia em projetos que abrangem diversos segmentos atingiu R$ 91 bilhões (US$ 16,6 bilhões), ao mesmo tempo em que foram pagos R$ 270 bilhões em tributos aos cofres públicos. Já a dívida financeira da empresa recuou ao menor nível desde 2008, alcançando US$ 23,2 bilhões no último mês do ano.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comemorou o resultado. “O excelente resultado operacional e financeiro de 2024 demonstra, mais uma vez, a capacidade da nossa empresa de gerar valores que são revertidos para a sociedade e para os nossos investidores. Destaco a geração operacional de US$ 38 bilhões e a dívida financeira de US$ 23 bilhões, o menor nível desde 2008”, disse a executiva.

Apesar do lucro operacional, o resultado poderia ter sido melhor, não fosse os “eventos exclusivos”, como destacou em nota a empresa, que ressaltou que a maior parte desses eventos foram pagos sem efeito no caixa da companhia. Apesar disso, excluindo esse item do resultado final, o lucro líquido teria sido de R$ 103 bilhões, ou US$ 19,4 bilhões, no ano passado.

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O diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, explica que o resultado também foi impactado principalmente pela variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior.

“São operações financeiras entre empresas do mesmo grupo, que geram efeitos opostos que ao final se equilibram economicamente. Isso porque a variação cambial nestas transações entra no resultado líquido da holding no Brasil e impactou negativamente o lucro de 2024. Ao mesmo tempo, houve impacto positivo direto no patrimônio”, explica.

Além da variação cambial, a Petrobras avalia que o resultado anual também foi afetado pela adesão da empresa ao edital de contencioso tributário, em junho de 2024. A companhia, no entanto, avalia o acordo como positivo, por possibilitar o fim de disputas judiciais que envolviam afretamentos de embarcações ou plataformas, sem ter um impacto considerável no caixa da companhia.

No ambiente externo, a empresa avalia que a queda de 3% do preço do barril de petróleo Brent e a redução de 40% da diferença entre o preço médio do diesel no mercado mundial em relação ao do petróleo em relação ao ano anterior, foram fatores que causaram turbulência não apenas na companhia, mas em todo o mercado global.

Apesar do lucro acumulado do ano, a empresa fechou o 4º trimestre de 2024 com prejuízo de R$ 17 bilhões (US$ 2,8 bilhões). Se fossem excluídos os eventos exclusivos, o lucro líquido do 4º trimestre seria de R$ 17,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões).

“Ao longo de 2024, a Petrobras cumpriu a sua estratégia comercial, que considera as suas melhores condições de produção e logística para a precificação do diesel e da gasolina na venda para as distribuidoras. Isso permitiu à companhia praticar preços competitivos frente a alternativas de suprimento e mitigar a volatilidade do mercado internacional e da taxa de câmbio”, concluiu, em nota, a empresa.

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Justiça do Rio autoriza recuperação judicial do Vasco: clube e SAF

Em decisão tomada às 15h33 desta quarta-feira (26/2), a juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, acatou o pedido de recuperação judicial do Vasco enquanto clube associativo (Clube de Regatas Vasco da Gama, CRVG) e também da SAF, a sociedade anônima do futebol. Tanto o CRVG quanto o Vasco SAF terão que apresentar o plano de recuperação judicial dentro de 60 dias corridos.

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Apresentado nesta terça-feira (25/2) ao Poder Judiciário, o pedido duplo se baseou num levantamento feito pela Alvarez & Marsal, consultoria contratada pelo Vasco. O Correio teve acesso à decisão judicial de 23 páginas.

Na decisão, além de acatar o pedido de recuperação judicial, a juíza Caroline Fonseca suspendeu todas as cobranças em andamento contra o Vasco — tanto o clube quanto a SAF — e determina que todas as prestações de serviços essenciais sejam mantidas. A lista inclui água, energia elétrica, gás, telefonia, internet, entre outros.

A juíza também homologou acordos celebrados entre as partes e fornecedores, durante a mediação. Na lista, estão ações cíveis e trabalhistas. Foram nomeados ainda duas empresas como administradores judiciais: a Wald Administração de Falências e Empresas em Recuperação Judicial LTDA. e a K2 Consultoria Econômica.

A Wald atuou na recuperação judicial da Samarco e do Grupo OI. Já a K2 Consultoria atuou na recuperação judicial do Grupo OI e na falência da empresa aérea Varig.

Em relação aos atletas e comissão técnica do elenco profissional, a juíza decidiu que eles devem continuar a receber salários e luvas normalmente. “No valor e na condição original de pagamento de seus créditos

relacionados aos valores das luvas e das premiações por performance ou resultado, não estando, portanto, submetidos à proibição temporária de pagamento decorrente do stay period”, disse, na decisão.

A Recuperação Judicial do Vasco foi deferida.

Maiores informações em breve.#VascoDaGama

— Vasco da Gama (@VascodaGama) February 26, 2025

No pedido apresentado à Justiça, o CRVG e o Vasco SAF alegaram crise financeira decorrente de gestões anteriores e da administração da 777 Partners. Argumentaram que a empresa não cumpriu com aportes financeiros prometidos, resultando no aumento da dívida do clube. O clube demonstrou também tentativas de recuperação financeira, como renegociações, mediações e ações para aumento de receitas.

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Mutirão do Serasa oferece descontos de até 99% em dívidas.

Moradores do Distrito Federal podem, a partir desta segunda-feira (24/2), renegociar dívidas de forma presencial no mutirão do Serasa: Feirão Limpa Nome. Os descontos chegam até 99% e a parcelas de, no máximo, 72 vezes. Quem quiser diminuir seu endividamento deve ir a qualquer agência dos Correios da região, até 31 de março, onde haverá representantes da empresa organizadora da iniciativa.

Mais de 1,4 mil empresas participam do mutirão, entre elas estão: financeiras; fornecedoras de serviços de telefonia e internet; bancos; lojas e varejistas; faculdades privadas; e concessionárias de água e luz.

O Feirão Limpa Nome oferece condições especiais para ajudar os consumidores a sair do sufoco financeiro. Consumidores que renegociarem R$ 300 ou mais em dívidas poderão receber um bônus de até R$100, que servirá, automaticamente, para quitar outro eventual débito pendente.

Quem tiver interesse na ação do Serasa, deve ir aos Correios levando um documento original com foto. Clique aqui para conferir os endereços das agências dos Correios e encontrar a que estiver em endereço mais conveniente a sua localização.

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Queixas contra cartões de crédito aumentaram 73% em dois anos. Confira principais reclamações

O número de reclamações contra cartões de crédito registrou um aumento de 73% nos últimos dois anos, de acordo com um levantamento da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça. O aumento das queixas foi identificado a partir de dados coletados nas plataformas Consumidor.gov.br e ProConsumidor, que concentram registros de consumidores insatisfeitos com bancos e administradoras de cartões de crédito, débito e cartões de loja.

As reclamações abrangem diversas categorias, mas algumas práticas recorrentes têm causado maior indignação entre os consumidores. Já entre os direitos mais frequentemente violados pelas administradoras de cartões de crédito estão a cobrança por serviços não contratados, a falta de transparência na comunicação de taxas e encargos e a dificuldade para cancelar serviços indesejados.

Essas práticas contrariam diretamente o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que prevê o direito à informação clara e adequada sobre produtos e serviços, além de garantir que o consumidor possa cancelar contratos sem entraves excessivos.

Serviços não contratados

Entre as queixas mais frequentes está a cobrança por produtos e serviços não contratados, como os chamados seguros “bolsa protegida” e “parcela protegida”, que são incluídos sem consentimento prévio do titular do cartão.

O problema ocorre quando bancos e administradoras adicionam essas proteções automaticamente às faturas sem que o consumidor tenha solicitado ou autorizado a contratação. Muitas vezes, essas cobranças aparecem de forma discreta, diluídas nas faturas, o que dificulta a identificação imediata do problema pelos clientes.

Anuidades

Outro ponto crítico destacado pelos consumidores é a cobrança indevida de anuidades. Algumas administradoras prometem que a tarifa só será cobrada em caso de uso do cartão, mas muitos consumidores relatam que foram surpreendidos com a taxa mesmo sem realizar nenhuma compra.

Em alguns casos, a cobrança ocorre mesmo quando o cartão está bloqueado, contrariando a política anunciada no momento da contratação do serviço.

Dados dos problemas

Os dados coletados nas plataformas oficiais revelam os principais problemas enfrentados pelos consumidores. De acordo com a base do Consumidor.gov.br, no período entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025, a maior parte das reclamações se concentrou na renegociação ou parcelamento de dívidas, com um total de 42.638 registros. O cálculo de juros e saldo devedor, incluindo questionamentos sobre cobranças excessivas e dificuldades em obter o histórico detalhado, foi o segundo maior motivo de queixas, acumulando 27.523 registros.

Além disso, a cobrança de tarifas e taxas não informadas ou não previstas nos contratos aparece como outro grande motivo de insatisfação, com 19.221 queixas no período analisado. A negativação indevida, ou seja, casos em que o nome do consumidor foi incluído em cadastros de inadimplentes mesmo após a realização do pagamento, gerou 18.064 registros de reclamações.

Outros problemas recorrentes incluem a dificuldade de cancelar contratos, a cobrança abusiva para alterações nos serviços contratados, a falta de resposta por parte do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) e a incidência de compras e saques não reconhecidos pelos titulares dos cartões.

Os dados do ProConsumidor, outra plataforma utilizada para o registro de reclamações de consumidores, reforçam essa tendência. Entre os principais problemas relatados nesse canal, estão a renegociação de dívidas, com 61.856 registros; a cobrança indevida por serviços não contratados, com 36.078 reclamações; e a cobrança de tarifas inesperadas, que gerou 22.671 queixas no período analisado.

Recomendações

Segundo a Senacon, o consumidor deve estar atento a todas as cobranças feitas na fatura e conferir regularmente os extratos do cartão. Qualquer valor desconhecido ou suspeito deve ser contestado imediatamente junto à administradora.

Além disso, é importante ler com atenção o contrato antes de contratar um cartão, evitando surpresas com tarifas e encargos inesperados. Caso o problema não seja resolvido com a empresa, o consumidor pode registrar uma reclamação no Consumidor.gov.br. Por lá, é preciso colocar na barra de pesquisa o nome da empresa e clicar em “registrar reclamação”.

Também é possível formalizar reclamação no ProConsumidor, no portal https://proconsumidor.mj.gov.br/, após efetuar login. O procedimento é igual ao do consumidor.gov.

Se mesmo assim não houver solução, o caso pode ser levado aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon (Avenida Rio Branco 25, 5º andar, Centro do Rio, e telefone 151) ou até a Justiça.

Os Juizados Especiais Cíveis recebem ações contra empresas privadas, com rápida tramitação e, em caso de ganho de causa, o valor da indenização é limitado a 40 salários mínimos (R$ 60.720).

Ainda é viável utilizar sites de reclamação populares, como o Reclame Aqui, ou recorrer ao Banco Central (BC), por meio do Fale Conosco no site oficial do Banco Central, no link https://www.bcb.gov.br/meubc/faleconosco. Na aba, basta clicar em “Reclamação contra bancos e outras instituições financeiras”. O banco conta também com atendimento pelo telefone 145.

A que se deve o aumento?

O aumento expressivo das reclamações contra cartões de crédito nos últimos anos pode ser atribuído a diversos fatores, conforme explicam especialistas em direito do consumidor e mercado financeiro. Entre os principais motivos estão o crescimento das fraudes, o superendividamento da população e a falta de transparência na cobrança de tarifas e taxas.

Para o professor Gustavo Kloh, da FGV Direito Rio, as fraudes e o superendividamento são dois dos principais impulsionadores das queixas registradas por consumidores. Segundo ele, muitas reclamações surgem porque os clientes não conseguem arcar com suas faturas e encontram dificuldades para renegociar suas dívidas.

– As pessoas têm faturas impagáveis e reclamam porque não conseguem dar conta, não conseguem pagar o parcelado e aí a dívida se torna muito grande. Esse é um problema recorrente, mas que também envolve, em parte, o comportamento do próprio consumidor.

Outro fator que preocupa Kloh é a escalada das fraudes com cartões de crédito. Ele destaca que, apesar de a tecnologia ter avançado e oferecido novas formas de pagamento, como o NFC e o armazenamento de senhas na nuvem, isso também abriu espaço para novas vulnerabilidades.

– As fraudes estão acontecendo em uma escala gigantesca. A complexidade dos meios de uso, a multiplicidade de formas de pagamento e as enormes ‘facilidades’ estão abrindo toda a porta possível para os fraudadores agirem de forma ousada e ampla.

O professor Daniel Dias, também da FGV Direito Rio, acrescenta que, além das fraudes e do superendividamento, as administradoras de cartões de crédito são frequentemente criticadas por práticas abusivas relacionadas à cobrança de tarifas e taxas. Segundo ele, a tarifa de manutenção anual e a tarifa de emissão de novos cartões são exemplos de cobranças recorrentes que geram insatisfação.

– Os bancos costumam cobrar uma taxa apenas pelo fato de o cliente ter um cartão, mesmo que ele não seja utilizado. Além disso, há tarifas aplicadas quando o cliente solicita um novo cartão, mesmo que seja apenas para substituir um que ainda está válido.

Para reduzir o número de reclamações, Dias defende que as administradoras de cartões adotem medidas mais eficazes de transparência e comunicação com os consumidores.

– Criar contratos mais claros e concisos, evitar jargões financeiros e destacar de forma acessível todas as taxas e encargos são estratégias essenciais. Além disso, manter os clientes informados sobre mudanças nas políticas do cartão e garantir que todas as taxas estejam claramente descritas nas faturas pode evitar muitas surpresas desagradáveis.

Rapidez pode ajudar

Quando o consumidor se depara com uma cobrança indevida em seu cartão de crédito, a rapidez na contestação é essencial para evitar complicações futuras.

A advogada especialista em direito do consumidor Daniela Uchôa Zaire orienta que o primeiro passo deve ser a comunicação formal com a administradora do cartão, utilizando canais oficiais e documentados.

– É fundamental registrar a reclamação e obter um protocolo de atendimento, pois isso servirá como prova caso a contestação não seja resolvida administrativamente.

Além disso, a especialista recomenda que o consumidor apresente a contestação por escrito, anexando documentos como faturas do cartão, comprovantes de pagamento e qualquer outra comunicação prévia com a instituição financeira.

O advogado Luan Dantas reforça a importância da documentação. Segundo ele, o consumidor deve reunir extratos do cartão, comprovantes de contato com a empresa e eventuais negativas da restituição para fundamentar sua reclamação.

– Ter em mãos os prints de tela, e-mails e termos de adesão do serviço pode ser crucial para demonstrar que não houve contratação ou consentimento para a cobrança.

Ele também alerta que, embora o prazo legal para reclamar judicialmente seja de cinco anos, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é recomendável agir o quanto antes para evitar dificuldades na comprovação do erro.

Entendimento judicial

Nos casos de reclamações contra administradoras de cartões de crédito, a Justiça brasileira tem consolidado um entendimento favorável aos consumidores, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Especialistas ressaltam que cobranças indevidas, inclusão não autorizada de produtos e dificuldades para cancelamento de serviços são práticas abusivas que podem gerar indenização ao consumidor lesado.

O advogado Marcelo Santos, especialista em direito do consumidor e sócio da M. Santos Consultoria Jurídica, explica que, de acordo com a legislação vigente, o contrato de um cartão de crédito só pode ser considerado válido após o efetivo desbloqueio do cartão pelo consumidor.

– Antes disso, não há qualquer possibilidade de se considerar que o serviço está disponível e, portanto, não pode haver cobrança de anuidade ou qualquer outro tipo de tarifa. A legislação consumerista prevê que o consumidor deve ser respeitado em sua manifestação de vontade e que não pode ser surpreendido com cobranças inesperadas ou serviços não solicitados.

A advogada Caroline de Mello Silva Temo, também especialista em direito do consumidor, destaca que a Justiça tem sido rigorosa com práticas como a inclusão de seguros não solicitados, como “bolsa protegida” e “parcela protegida”.

– Essas cobranças são consideradas práticas abusivas e configuram venda casada, o que é expressamente proibido pelo artigo 39, inciso I, do CDC.

Ela lembra que o Superior Tribunal de Justiça STJ possui uma súmula específica sobre o tema.

– A Súmula 532 estabelece que o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor configura ato ilícito e sujeita a instituição financeira à aplicação de multa e indenização.

Como economizar com o cartão de crédito

O cartão de crédito, quando utilizado de forma planejada, pode ser um aliado importante para organização financeira e aproveitamento de benefícios. No entanto, seu uso descontrolado pode levar ao endividamento, configurando um dos principais desafios financeiros para muitas famílias.

Confira dicas para um gerenciamento eficaz da ferramenta, de acordo com Camila Poltronieri Flaquer, head de Cobrança Digital da Recovery.

Faça um uso consciente e planejado

O planejamento é o alicerce de um uso saudável do cartão de crédito. Antes de realizar qualquer compra, é importante avaliar sua real necessidade e a capacidade de pagamento. O limite do cartão não deve ser encarado como uma extensão da renda, mas como um adiantamento que precisa ser quitado.

Para evitar excessos, é recomendável estabelecer limites de gastos no cartão dentro do orçamento mensal. Priorizar despesas planejadas, como contas fixas ou compras que possam ser pagas integralmente, também contribui para um uso mais responsável.

Realize o pagamento integral da fatura

O rotativo do cartão de crédito é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com taxas que podem ultrapassar 400% ao ano. Por isso, priorizar o pagamento integral da fatura é uma estratégia essencial para evitar juros exorbitantes.

Em caso de dificuldade financeira, é possível renegociar ou parcelar o saldo devedor diretamente com a instituição financeira, muitas vezes com condições mais vantajosas. Outra questão importante é manter a regularidade nos pagamentos para manter um histórico de crédito positivo. A inadimplência reduz a pontuação de crédito (score), o que pode dificultar o acesso a financiamentos e outros tipos de crédito no futuro.

Quite dívidas existentes

Para quem já está endividado, traçar um plano para quitar as pendências é o primeiro passo. Uma abordagem eficiente inclui mapear o valor total devido, as taxas de juros envolvidas e negociar diretamente com a empresa emissora do cartão de crédito ou a responsável por renegociar a dívida (no caso de dívidas mais antigas) para condições mais favoráveis.

Alternativamente, a transferência de saldo para um cartão com juros reduzidos ou a consolidação das dívidas por meio de um empréstimo pessoal são soluções que podem aliviar a pressão financeira.

Analise as regras e contrato do cartão

Caso haja insatisfação com o serviço de cartão atual, seja por conta de taxas ou falta de garantias e benefícios, a dica é pesquisar e avaliar as diversas opções no mercado.

Antes de contratar um cartão, é essencial revisar todas as condições, incluindo taxas de anuidade, juros e benefícios. Comparar diferentes opções pode evitar gastos desnecessários com serviços não utilizados.

Aproveite programas de pontos e recompensas

O uso responsável do cartão pode gerar vantagens, como acumulação de pontos em programas de fidelidade. Esses pontos podem ser convertidos em passagens aéreas, produtos ou até cashback.

Uma dica importante é buscar concentrar os gastos em um único cartão com benefícios alinhados ao perfil de consumo e participação em promoções sazonais, isto tanto facilita o controle e a gestão do cartão quanto maximiza os benefícios e pontuações do cartão.

Estabeleça uma reserva de emergência

A falta de uma reserva financeira é uma das principais razões para o endividamento com cartões de crédito. Uma reserva equivalente a pelo menos três meses de despesas fixas pode evitar o uso do cartão em situações emergenciais, prevenindo juros elevados.

Essa reserva deve ser mantida em uma aplicação de fácil acesso e com liquidez imediata, para garantir a segurança financeira em momentos de crise inesperada.

Outro lado

O Bradesco, em nota, afirmou que acompanha constantemente as manifestações e atua de forma incansável para reduzir o número de reclamações e promover a satisfação dos seus clientes, com melhores produtos, processos e serviços. Com relação às reclamações sobre cartões de crédito, alcançamos 28% de redução no volume de registros em 2024. Em 2025 daremos continuidade a esse processo de melhoria contínua e esperamos seguir na redução do volume de reclamações sobre o tema.

Procurados, Caixa, Itaú e Nubank disseram que não iriam comentar. Banco Inter, C6 Bank, Banco do Brasil e Santander não responderam aos pedidos de comentários da reportagem.

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Queixas contra cartões de crédito aumentaram 73% em dois anos. Confira principais reclamações

O número de reclamações contra cartões de crédito registrou um aumento de 73% nos últimos dois anos, de acordo com um levantamento da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça. O aumento das queixas foi identificado a partir de dados coletados nas plataformas Consumidor.gov.br e ProConsumidor, que concentram registros de consumidores insatisfeitos com bancos e administradoras de cartões de crédito, débito e cartões de loja.

As reclamações abrangem diversas categorias, mas algumas práticas recorrentes têm causado maior indignação entre os consumidores. Já entre os direitos mais frequentemente violados pelas administradoras de cartões de crédito estão a cobrança por serviços não contratados, a falta de transparência na comunicação de taxas e encargos e a dificuldade para cancelar serviços indesejados.

Essas práticas contrariam diretamente o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que prevê o direito à informação clara e adequada sobre produtos e serviços, além de garantir que o consumidor possa cancelar contratos sem entraves excessivos.

Serviços não contratados

Entre as queixas mais frequentes está a cobrança por produtos e serviços não contratados, como os chamados seguros “bolsa protegida” e “parcela protegida”, que são incluídos sem consentimento prévio do titular do cartão.

O problema ocorre quando bancos e administradoras adicionam essas proteções automaticamente às faturas sem que o consumidor tenha solicitado ou autorizado a contratação. Muitas vezes, essas cobranças aparecem de forma discreta, diluídas nas faturas, o que dificulta a identificação imediata do problema pelos clientes.

Anuidades

Outro ponto crítico destacado pelos consumidores é a cobrança indevida de anuidades. Algumas administradoras prometem que a tarifa só será cobrada em caso de uso do cartão, mas muitos consumidores relatam que foram surpreendidos com a taxa mesmo sem realizar nenhuma compra.

Em alguns casos, a cobrança ocorre mesmo quando o cartão está bloqueado, contrariando a política anunciada no momento da contratação do serviço.

Dados dos problemas

Os dados coletados nas plataformas oficiais revelam os principais problemas enfrentados pelos consumidores. De acordo com a base do Consumidor.gov.br, no período entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025, a maior parte das reclamações se concentrou na renegociação ou parcelamento de dívidas, com um total de 42.638 registros. O cálculo de juros e saldo devedor, incluindo questionamentos sobre cobranças excessivas e dificuldades em obter o histórico detalhado, foi o segundo maior motivo de queixas, acumulando 27.523 registros.

Além disso, a cobrança de tarifas e taxas não informadas ou não previstas nos contratos aparece como outro grande motivo de insatisfação, com 19.221 queixas no período analisado. A negativação indevida, ou seja, casos em que o nome do consumidor foi incluído em cadastros de inadimplentes mesmo após a realização do pagamento, gerou 18.064 registros de reclamações.

Outros problemas recorrentes incluem a dificuldade de cancelar contratos, a cobrança abusiva para alterações nos serviços contratados, a falta de resposta por parte do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) e a incidência de compras e saques não reconhecidos pelos titulares dos cartões.

Os dados do ProConsumidor, outra plataforma utilizada para o registro de reclamações de consumidores, reforçam essa tendência. Entre os principais problemas relatados nesse canal, estão a renegociação de dívidas, com 61.856 registros; a cobrança indevida por serviços não contratados, com 36.078 reclamações; e a cobrança de tarifas inesperadas, que gerou 22.671 queixas no período analisado.

Recomendações

Segundo a Senacon, o consumidor deve estar atento a todas as cobranças feitas na fatura e conferir regularmente os extratos do cartão. Qualquer valor desconhecido ou suspeito deve ser contestado imediatamente junto à administradora.

Além disso, é importante ler com atenção o contrato antes de contratar um cartão, evitando surpresas com tarifas e encargos inesperados. Caso o problema não seja resolvido com a empresa, o consumidor pode registrar uma reclamação no Consumidor.gov.br. Por lá, é preciso colocar na barra de pesquisa o nome da empresa e clicar em “registrar reclamação”.

Também é possível formalizar reclamação no ProConsumidor, no portal https://proconsumidor.mj.gov.br/, após efetuar login. O procedimento é igual ao do consumidor.gov.

Se mesmo assim não houver solução, o caso pode ser levado aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon (Avenida Rio Branco 25, 5º andar, Centro do Rio, e telefone 151) ou até a Justiça.

Os Juizados Especiais Cíveis recebem ações contra empresas privadas, com rápida tramitação e, em caso de ganho de causa, o valor da indenização é limitado a 40 salários mínimos (R$ 60.720).

Ainda é viável utilizar sites de reclamação populares, como o Reclame Aqui, ou recorrer ao Banco Central (BC), por meio do Fale Conosco no site oficial do Banco Central, no link https://www.bcb.gov.br/meubc/faleconosco. Na aba, basta clicar em “Reclamação contra bancos e outras instituições financeiras”. O banco conta também com atendimento pelo telefone 145.

A que se deve o aumento?

O aumento expressivo das reclamações contra cartões de crédito nos últimos anos pode ser atribuído a diversos fatores, conforme explicam especialistas em direito do consumidor e mercado financeiro. Entre os principais motivos estão o crescimento das fraudes, o superendividamento da população e a falta de transparência na cobrança de tarifas e taxas.

Para o professor Gustavo Kloh, da FGV Direito Rio, as fraudes e o superendividamento são dois dos principais impulsionadores das queixas registradas por consumidores. Segundo ele, muitas reclamações surgem porque os clientes não conseguem arcar com suas faturas e encontram dificuldades para renegociar suas dívidas.

– As pessoas têm faturas impagáveis e reclamam porque não conseguem dar conta, não conseguem pagar o parcelado e aí a dívida se torna muito grande. Esse é um problema recorrente, mas que também envolve, em parte, o comportamento do próprio consumidor.

Outro fator que preocupa Kloh é a escalada das fraudes com cartões de crédito. Ele destaca que, apesar de a tecnologia ter avançado e oferecido novas formas de pagamento, como o NFC e o armazenamento de senhas na nuvem, isso também abriu espaço para novas vulnerabilidades.

– As fraudes estão acontecendo em uma escala gigantesca. A complexidade dos meios de uso, a multiplicidade de formas de pagamento e as enormes ‘facilidades’ estão abrindo toda a porta possível para os fraudadores agirem de forma ousada e ampla.

O professor Daniel Dias, também da FGV Direito Rio, acrescenta que, além das fraudes e do superendividamento, as administradoras de cartões de crédito são frequentemente criticadas por práticas abusivas relacionadas à cobrança de tarifas e taxas. Segundo ele, a tarifa de manutenção anual e a tarifa de emissão de novos cartões são exemplos de cobranças recorrentes que geram insatisfação.

– Os bancos costumam cobrar uma taxa apenas pelo fato de o cliente ter um cartão, mesmo que ele não seja utilizado. Além disso, há tarifas aplicadas quando o cliente solicita um novo cartão, mesmo que seja apenas para substituir um que ainda está válido.

Para reduzir o número de reclamações, Dias defende que as administradoras de cartões adotem medidas mais eficazes de transparência e comunicação com os consumidores.

– Criar contratos mais claros e concisos, evitar jargões financeiros e destacar de forma acessível todas as taxas e encargos são estratégias essenciais. Além disso, manter os clientes informados sobre mudanças nas políticas do cartão e garantir que todas as taxas estejam claramente descritas nas faturas pode evitar muitas surpresas desagradáveis.

Rapidez pode ajudar

Quando o consumidor se depara com uma cobrança indevida em seu cartão de crédito, a rapidez na contestação é essencial para evitar complicações futuras.

A advogada especialista em direito do consumidor Daniela Uchôa Zaire orienta que o primeiro passo deve ser a comunicação formal com a administradora do cartão, utilizando canais oficiais e documentados.

– É fundamental registrar a reclamação e obter um protocolo de atendimento, pois isso servirá como prova caso a contestação não seja resolvida administrativamente.

Além disso, a especialista recomenda que o consumidor apresente a contestação por escrito, anexando documentos como faturas do cartão, comprovantes de pagamento e qualquer outra comunicação prévia com a instituição financeira.

O advogado Luan Dantas reforça a importância da documentação. Segundo ele, o consumidor deve reunir extratos do cartão, comprovantes de contato com a empresa e eventuais negativas da restituição para fundamentar sua reclamação.

– Ter em mãos os prints de tela, e-mails e termos de adesão do serviço pode ser crucial para demonstrar que não houve contratação ou consentimento para a cobrança.

Ele também alerta que, embora o prazo legal para reclamar judicialmente seja de cinco anos, conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é recomendável agir o quanto antes para evitar dificuldades na comprovação do erro.

Entendimento judicial

Nos casos de reclamações contra administradoras de cartões de crédito, a Justiça brasileira tem consolidado um entendimento favorável aos consumidores, com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Especialistas ressaltam que cobranças indevidas, inclusão não autorizada de produtos e dificuldades para cancelamento de serviços são práticas abusivas que podem gerar indenização ao consumidor lesado.

O advogado Marcelo Santos, especialista em direito do consumidor e sócio da M. Santos Consultoria Jurídica, explica que, de acordo com a legislação vigente, o contrato de um cartão de crédito só pode ser considerado válido após o efetivo desbloqueio do cartão pelo consumidor.

– Antes disso, não há qualquer possibilidade de se considerar que o serviço está disponível e, portanto, não pode haver cobrança de anuidade ou qualquer outro tipo de tarifa. A legislação consumerista prevê que o consumidor deve ser respeitado em sua manifestação de vontade e que não pode ser surpreendido com cobranças inesperadas ou serviços não solicitados.

A advogada Caroline de Mello Silva Temo, também especialista em direito do consumidor, destaca que a Justiça tem sido rigorosa com práticas como a inclusão de seguros não solicitados, como “bolsa protegida” e “parcela protegida”.

– Essas cobranças são consideradas práticas abusivas e configuram venda casada, o que é expressamente proibido pelo artigo 39, inciso I, do CDC.

Ela lembra que o Superior Tribunal de Justiça STJ possui uma súmula específica sobre o tema.

– A Súmula 532 estabelece que o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor configura ato ilícito e sujeita a instituição financeira à aplicação de multa e indenização.

Como economizar com o cartão de crédito

O cartão de crédito, quando utilizado de forma planejada, pode ser um aliado importante para organização financeira e aproveitamento de benefícios. No entanto, seu uso descontrolado pode levar ao endividamento, configurando um dos principais desafios financeiros para muitas famílias.

Confira dicas para um gerenciamento eficaz da ferramenta, de acordo com Camila Poltronieri Flaquer, head de Cobrança Digital da Recovery.

Faça um uso consciente e planejado

O planejamento é o alicerce de um uso saudável do cartão de crédito. Antes de realizar qualquer compra, é importante avaliar sua real necessidade e a capacidade de pagamento. O limite do cartão não deve ser encarado como uma extensão da renda, mas como um adiantamento que precisa ser quitado.

Para evitar excessos, é recomendável estabelecer limites de gastos no cartão dentro do orçamento mensal. Priorizar despesas planejadas, como contas fixas ou compras que possam ser pagas integralmente, também contribui para um uso mais responsável.

Realize o pagamento integral da fatura

O rotativo do cartão de crédito é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com taxas que podem ultrapassar 400% ao ano. Por isso, priorizar o pagamento integral da fatura é uma estratégia essencial para evitar juros exorbitantes.

Em caso de dificuldade financeira, é possível renegociar ou parcelar o saldo devedor diretamente com a instituição financeira, muitas vezes com condições mais vantajosas. Outra questão importante é manter a regularidade nos pagamentos para manter um histórico de crédito positivo. A inadimplência reduz a pontuação de crédito (score), o que pode dificultar o acesso a financiamentos e outros tipos de crédito no futuro.

Quite dívidas existentes

Para quem já está endividado, traçar um plano para quitar as pendências é o primeiro passo. Uma abordagem eficiente inclui mapear o valor total devido, as taxas de juros envolvidas e negociar diretamente com a empresa emissora do cartão de crédito ou a responsável por renegociar a dívida (no caso de dívidas mais antigas) para condições mais favoráveis.

Alternativamente, a transferência de saldo para um cartão com juros reduzidos ou a consolidação das dívidas por meio de um empréstimo pessoal são soluções que podem aliviar a pressão financeira.

Analise as regras e contrato do cartão

Caso haja insatisfação com o serviço de cartão atual, seja por conta de taxas ou falta de garantias e benefícios, a dica é pesquisar e avaliar as diversas opções no mercado.

Antes de contratar um cartão, é essencial revisar todas as condições, incluindo taxas de anuidade, juros e benefícios. Comparar diferentes opções pode evitar gastos desnecessários com serviços não utilizados.

Aproveite programas de pontos e recompensas

O uso responsável do cartão pode gerar vantagens, como acumulação de pontos em programas de fidelidade. Esses pontos podem ser convertidos em passagens aéreas, produtos ou até cashback.

Uma dica importante é buscar concentrar os gastos em um único cartão com benefícios alinhados ao perfil de consumo e participação em promoções sazonais, isto tanto facilita o controle e a gestão do cartão quanto maximiza os benefícios e pontuações do cartão.

Estabeleça uma reserva de emergência

A falta de uma reserva financeira é uma das principais razões para o endividamento com cartões de crédito. Uma reserva equivalente a pelo menos três meses de despesas fixas pode evitar o uso do cartão em situações emergenciais, prevenindo juros elevados.

Essa reserva deve ser mantida em uma aplicação de fácil acesso e com liquidez imediata, para garantir a segurança financeira em momentos de crise inesperada.

Outro lado

O Bradesco, em nota, afirmou que acompanha constantemente as manifestações e atua de forma incansável para reduzir o número de reclamações e promover a satisfação dos seus clientes, com melhores produtos, processos e serviços. Com relação às reclamações sobre cartões de crédito, alcançamos 28% de redução no volume de registros em 2024. Em 2025 daremos continuidade a esse processo de melhoria contínua e esperamos seguir na redução do volume de reclamações sobre o tema.

Procurados, Caixa, Itaú e Nubank disseram que não iriam comentar. Banco Inter, C6 Bank, Banco do Brasil e Santander não responderam aos pedidos de comentários da reportagem.

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Nova modalidade de consignado terá juros de 2,5% ao mês para CLTs

A taxa de juros do novo empréstimo consignado voltado para o setor privado deve ficar em torno de 2,5% ao mês. Foi o que Informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A previsão é de que a modalidade de crédito seja lançada na primeira quinzena de março.

De acordo com o chefe da equipe econômica, quem tiver tomado empréstimo mais caro terá 90 dias para migrar para a nova modalidade, que terá juros mais baixos. “Esse juro cai pela metade. Nós vamos dar 90 dias, os 90 dias iniciais desse programa, para a pessoa trocar o empréstimo de 5,5% de juros por um de 2,5%”, disse o ministro ontem, em entrevista ao ICL Notícias.

Ele qualificou o programa como “estrutural”. “Nós podemos ter, nos próximos dias, uma coisa inédita no Brasil que é o consignado privado. Um trabalhador que trabalha numa grande empresa que tem convênio com o banco, ele consegue fazer o consignado da folha de pagamento”, destacou. O consignado privado não é novo, existe desde 2003.

Atualmente, a modalidade só é liberada para trabalhadores com carteira assinada em empresas que possuem convênio com instituições financeiras. Esse fator diminui consideravelmente o acesso, já que os bancos não têm interesse no convênio.

Com a nova proposta, o empréstimo poderá ser solicitado diretamente pelo trabalhador, sem a necessidade de intermediação da empresa empregadora. Isso significa que, mesmo que o trabalhador mude de emprego, ele poderá manter o empréstimo, reduzindo os riscos para os bancos. O novo consignado será concedido por meio do eSocial, plataforma do governo federal que permite que as empresas registrem e enviem informações trabalhistas, previdenciárias, fiscais e tributárias.

“Quer dizer, não importa onde a pessoa esteja empregada, você vai fazer o desconto do empréstimo dela a um juro muito menor, a menos da metade do que se paga hoje. Quando você olha para a Selic [taxa básica de juros], ela está em 13,25% ao ano, então esse trabalhador hoje está pagando 5,5% ao mês”, explicou Haddad. Questionado se o programa não agravaria o endividamento das famílias, o ministro ponderou que a população já está endividada e pagando juros altos.

“Então, independentemente da Selic, você estará fazendo algo para o bem da família brasileira. Às vezes, o trabalhador nem sabe quanto está pagando de juro.

Ele toma o empréstimo que precisa. O consignado no eSocial vai permitir juros muito menores no empréstimo, não importa onde esse trabalhador esteja empregado”, afirmou. A regulamentação deve ser formalizada por meio de uma Medida Provisória (MP). O plano do governo é que o anúncio seja feito após o carnaval.

O crédito consignado privado será destinado exclusivamente a trabalhadores que possuem vínculo empregatício formal, ou seja, aqueles contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para ser elegível, é necessário que o trabalhador tenha carteira assinada e receba seu salário por meio de folha de pagamento. A expectativa é de que o novo consignado amplie o acesso ao crédito para cerca de 42 milhões de trabalhadores.

Garantia De acordo com Rubens Neto, especialista em crédito consignado da Crédito Popular, as condições de garantia devem permanecer semelhantes ao sistema atual, permitindo o desconto de até 30% do salário no parcelamento e 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A proposta também está discutindo a possibilidade de um teto de juros para essa nova modalidade.

Além disso, o consignado privado deve poder coexistir com a opção de antecipação do FGTS, que permite ao trabalhador acessar uma parte do seu fundo de garantia antes do tempo.

“É importante que o governo consiga pulverizar esse produto através dos correspondentes bancários para que o acesso a esse crédito chegue a todos os trabalhadores de carteira assinada do país por meio desse serviço”, avaliou Neto.

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