Após distribuição de cerca de 40 milhões de itens a estados e municípios, não há mais produtos disponíveis, confirma pasta
O Ministério da Saúde está com estoque zerado de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde. A pasta distribuiu 40 milhões de itens a estados e municípios e tenta comprar cerca 720 milhões de produtos, sendo 200 milhões de máscaras. Fornecedores chineses de parte da encomenda alegaram não poder entregar conforme combinado devido à alta demanda em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Uma compra robusta do Estados Unidos, segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez com que alguns contratos brasileiros “caíssem”.
A pasta confirmou ao GLOBO que não tem mais estoque de equipamentos de proteção, essenciais para a segurança dos profissionais de saúde em meio à pandemia da Covid-19. A aquisição que teve problemas, segundo o ministério, foi a de 200 milhões de máscaras de um fornecedor da China.
Diante do problema, o Ministério da Saúde recorreu aos outros selecionados e espera receber do quinto fornecedor. No entanto, o ministro ressaltou receio de que, em cima da hora, a empresa informe que não pode entregar, como vem ocorrendo.
Mandetta destacou, porém, que por enquanto as secretarias locais de Saúde estão abastecidas com o material. No entanto, o pico da epidemia é previsto para este e os próximos dois meses. O ministro fez um apelo a gestores estaduais e municipais que também façam suas compras de equipamentos de proteção individual. As declarações sobre problemas nas compras foram dadas em coletiva de imprensa na Palácio do Planalto nesta quarta-feira.
Passo atrás
– Os Estados Unidos mandaram 23 aviões cargueiros dos maiores para a China, para levar o material que eles adquiriram. As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder fazer o abastecimento, muitas caíram.
Mandetta disse que, no caso de respiradores, importantes para pacientes graves, fornecedores que já tinham sido contratados, mas disseram que não tinham mais estoque para atender.
— Nós estávamos comprados, tínhamos, quando começamos a pedir. Entregaram a primeira parte. Na segunda parte, mesmo com eles contratados, assinados, com o dinheiro para pagar, quem ganhou falou: não tenho mais os respiradores, não consigo te entregar. Então, nós voltamos de algo que a gente achava que a gente já tinha, demos um passo para trás.
Mandetta voltou a falar que será preciso normatizar o uso de máscaras N95, considerada mais moderna para filtrar o ar. Segundo ele, o equipamento terá o nome de cada profissional de saúde e será esterilizada para ser usada por diversas vezes.
— A gente espera que a China volte a ter uma produção mais organizada, e a gente espera que os países que exercem o seu poder muito forte de compra já tenham saciado das suas necessidades para que o Brasil possa entrar e comprar a parte para proteger nosso povo.asso atrás” na aquisição desses itens fundamentais ao enfrentamento ao covid-19.
Fonte: O Globo