Assim que o árbitro apitou o fim do empate por 1 a 1 entre Cruzeiro e Palmeiras no Mineirão, o lateral-direito Mayke se tornou o maior campeão do Brasileirão desde que a competição mais importante do País passou a ser disputada no formato de pontos corridos. Contestado no passado, o atleta é pentacampeão do torneio nacional. Mayke foi duas vezes campeão pelo Cruzeiro, em 2013 e 2014, e agora três pelo Palmeiras, em 2018, 2022 e 2023.
Mayke não é o único. O ex-atacante Dagoberto também ostenta cinco taças do campeonato. Mas a primeira delas, conquistada com a camisa do Athletico-PR, em 2001, ele ganhou no momento em que o torneio ainda não era disputado na configuração de pontos corridos e, sim, no formato de mata-mata em sua reta final.
Ninguém, portanto, ergueu tantos troféus do Brasileirão desde 2003, primeiro ano com as regras da competição em vigência. O lateral palmeirense já foi zagueiro, ala e até atacante sob o comando de Abel Ferreira. Dos cinco nacionais conquistados pelo Palmeiras no século 21, ele só não fez parte da vitoriosa campanha de 2016, quando o time comandado por Cuca quebrou um jejum de 22 anos.
Mayke foi figura importante na arrancada do Palmeiras, que contou com o definhamento do Botafogo para assumir a ponta e não perdê-la mais. “Nós nunca deixamos de correr atrás do Brasileiro, sabíamos que o Botafogo estava em uma vantagem muito grande, mas nosso elenco tem uma identidade muito forte mentalmente”, comentou o mineiro da pequena Carangola, cidade do interior do Estado.
Na campanha do 11º título brasileiro, em 2022, Mayke já havia tido apresentações consistentes. Foram três gols e uma assistência em 28 partidas. Na trajetória desta temporada, o lateral fez apenas um gol, na goleada de 4 a 1 sobre o Grêmio, no início do certame, mas atuou mais vezes (33 partidas) ao assumir a titularidade e distribuiu mais passes (seis) para seus companheiros irem às redes. Ele é o lateral-direito que deu mais assistências na competição.
O jogador figura no top 100 de atletas com mais partidas pelo Palmeiras, no qual está desde 2017, quando chegou de empréstimo do Cruzeiro. Em seis temporadas e meia, Mayke esteve em campo em 257 jogos. O ano de 2023 foi o melhor de sua vida profissional. Foi este o ano em que ele mais atuou (58 jogos) e mais contribuiu para gols, com oito assistências.
É um dos 16 jogadores da história que conseguiram conquistar Paulistão, Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores pelo clube paulista – os outros são os goleiros Weverton, Jailson, Marcos e Velloso, os zagueiros Luan, Gómez, Vitor Hugo e Cleber, o lateral Marcos Rocha, os meio-campistas Felipe Melo, Lucas Lima, Gustavo Scarpa e Zinho e ainda os atacantes Dudu e Willian Bigode.
Mayke era o camisa 10 do Siderúrgica de Sabará, em Minas Gerais, quando chamou a atenção de olheiros do Cruzeiro em uma Taça BH de Juniores. No time mineiro, ele passou a jogar na lateral-direita e começou a se destacar. Ganhou o Brasileirão pela primeira vez aos 21 anos e o segundo, aos 22, já como um dos protagonistas do time.
O mineiro é reservado e raramente dá entrevistas. Uma de suas paixões é café, produto que produz em seu sítio em Pedra Dourada, cidade de cerca de 3 mil habitantes no interior de Minas.
Como Gustavo Scarpa, Mayke foi vítima de um golpe ao fazer um investimento com a operadora de criptomoedas Xland, sob recomendação da WLJC Consultoria e Gestão Empresarial, empresa de consultoria financeira que pertence a Willian Bigode, um dos jogadores de quem o lateral era mais próximo. Eles romperam a amizade e Mayke tenta reaver, na Justiça, o prejuízo de R$ 4.583.789,31.
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