Ex-presidente da Goinfra é preso por fraudes em contratos de prédios em GO

O ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte (Goinfra), Lucas Vissoto, foi preso na manhã desta terça-feira (28/1) durante uma megaoperação da Polícia Civil de Goiás (PCGO). A investigação apura irregularidades em contratos de reforma e manutenção de 26 prédios públicos no estado.

O contrato, no valor de R$ 28 milhões, foi firmado com uma empresa do Distrito Federal, alvo da operação, durante a gestão de Vissoto na Goinfra. Entre os prédios que seriam reformados e mantidos estavam o Palácio das Esmeraldas, o Palácio Pedro Ludovico Teixeira e a sede da própria agência, além de postos policiais.

As investigações indicam que a empresa do DF recebeu diversos pagamentos antecipados de forma irregular, sem que os serviços contratados fossem devidamente executados. Também há fortes indícios de superfaturamento nas obras.

Conforme relatórios do governo goiano, o prejuízo ao erário é estimado em cerca de R$ 10 milhões. O valor não inclui edificações que foram demolidas pela empresa e que não foram reconstruídas. O contrato foi assinado em 2023 e interrompido em 2024.

A operação, chamada de “Obra Simulada,” cumpriu 39 mandados, sendo 15 de prisão, incluindo a de Vissoto, e 24 de busca e apreensão em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal. Entre os alvos, estão ex-diretores da agência, fiscais e empresários.

O Correio não conseguiu localizar a defesa da empresa investigada, sediada em Águas Claras, nem os advogados de Lucas Vissoto. O espaço segue aberto para manifestações.

Em nota, o Governo de Goiás declarou que acompanha a apuração conduzida pela polícia. “Conforme divulgado pela PCGO, as suspeitas de irregularidades foram levantadas pelo próprio Governo de Goiás, por meio de seus sistemas internos de controle, e devidamente comunicadas às autoridades policiais para as providências necessárias”, informou o governo.

“A atual gestão estadual tem como premissa tolerância zero com qualquer desvio de conduta no trato do dinheiro público. A gestão não ‘passa pano’ para ninguém e não há possibilidade de segunda chance. O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor”, concluiu a nota.

As investigações, conduzidas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR), revelaram indícios de um esquema premeditado para burlar procedimentos legais de contratação, favorecendo empresas específicas e agentes públicos envolvidos.

Segundo a PCGO, há evidências de lavagem de dinheiro, pois o fluxo financeiro da empresa investigada apresentava conexões suspeitas com outras empresas ligadas a familiares e amigos do sócio. Os pagamentos antecipados feitos pelo governo goiano eram desviados para essas empresas, reforçando os indícios do esquema criminoso.

Os investigadores também identificaram que, após os pagamentos do governo goiano, os suspeitos realizavam diversos saques diretamente na “boca do caixa”.

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