Maia diz que ataques nas redes contra o Congresso são obra de assessores de Bolsonaro que se comportam como ‘marginais’

Presidente da Câmara afirma que governo prefere criar conflitos a salvar vidas na crise do coronavírus

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que os ataques nas redes sociais contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF) são comandados por assessores do presidente Jair Bolsonaro que se comportam como “marginais”. Em entrevista ao programa “Canal Livre”, da Band, veiculada na madrugada de segunda-feira, Maia acrescentou que o governo deveria agir para “salvar vidas e empregos” em vez de “criar conflitos e insegurança”.

– Essas brigas paralelas comandadas por um gabinete do ódio, comandadas por assessores do presidente que são mais marginais do que assessores do presidente, não vão de forma nenhuma mudar atitudes do Parlamento brasileiro. Continuamos votando. Nós que aumentamos o valor da renda mínima – disse o presidente da Câmara, em referência ao repasse de R$ 600 para os trabalhadores informais.

Na avaliação de Maia, o governo é lento para reagir à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Ele afirmou que as medidas na área da Saúde estão “caminhando” – o ministro Luiz Henrique Mandetta é seu aliado –, mas criticou o ritmo de ação da área econômica.

– Em vez de ficar fugindo da sua responsabilidade, em vez de ficar criando conflitos e insegurança com a sociedade, o Palácio do Planalto poderia estar atuando e atuando para salvar vidas, empregos, salvar a renda dos mais vulneráveis. Mas, infelizmente, alguns no Palácio preferem, junto com o presidente, esse gabinete do ódio, continuar conflitando com Parlamento e Supremo do que dar soluções. Talvez porque não saibam onde encontrá-las – ironizou Maia.

O presidente da Câmara disse ainda que os ataques são financiados por empresários e orientados pelo escritor Olavo de Carvalho – ele ressaltou que Mandetta virou alvo depois que se tornaram evidentes as diferenças entre as orientações do ministro e de Bolsonaro. Maia acrescentou que, na prática, as medidas apresentadas pelo governo seguem a linha do que é defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas que o posicionamento de Bolsonaro, favorável a uma retomada imediata das atividades econômicas, atrapalha o país.

– Ele (Bolsonaro) acaba, sem dúvida nenhuma, atrapalhando. Claro que ele não escreve (o que defende), porque a assessoria dele não deixa, porque uma decisão de assinar um documento desses… Se o Brasil tiver problemas parecidos, e parece que teremos, com o de outros países, se ele (presidente) assinar alguma orientação formal que vá contra a orientação de seu próprio ministro e da OMS, certamente ele responderá pessoalmente a essa decisão de liberar o isolamento sem ter um embasamento legal para isso – afirmou Maia.

Bolsonaro já sugeriu que poderia assinar um decreto ou Medida Provisória ampliando a lista de atividades essenciais em meio ao estado de calamidade pública, o que permitiria a reabertura de estabelecimentos comerciais no país. A medida, no entanto, não foi implementada.

Em relação ao processo eleitoral, Maia afirmou que não é contra o adiamento da eleição, marcada para outubro, caso a crise do coronavírus não esteja sob controle até lá. O presidente da Câmara ponderou, no entanto, que o pleito precisa ocorrer até o fim do ano, para que não haja prorrogação de mandatos.
Fonte: O Globo

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Saúde zera estoque de equipamentos de proteção individual a profissionais da área

Após distribuição de cerca de 40 milhões de itens a estados e municípios, não há mais produtos disponíveis, confirma pasta

 

O Ministério da Saúde está com estoque zerado de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde. A pasta distribuiu 40 milhões de itens a estados e municípios e tenta comprar cerca 720 milhões de produtos, sendo 200 milhões de máscaras. Fornecedores chineses de parte da encomenda alegaram não poder entregar conforme combinado devido à alta demanda em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Uma compra robusta do Estados Unidos, segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez com que alguns contratos brasileiros “caíssem”.

A pasta confirmou ao GLOBO que não tem mais estoque de equipamentos de proteção, essenciais para a segurança dos profissionais de saúde em meio à pandemia da Covid-19. A aquisição que teve problemas, segundo o ministério, foi a de 200 milhões de máscaras de um fornecedor da China.

Diante do problema, o Ministério da Saúde recorreu aos outros selecionados e espera receber do quinto fornecedor. No entanto, o ministro ressaltou receio de que, em cima da hora, a empresa informe que não pode entregar, como vem ocorrendo.

Mandetta destacou, porém, que por enquanto as secretarias locais de Saúde estão abastecidas com o material. No entanto, o pico da epidemia é previsto para este e os próximos dois meses. O ministro fez um apelo a gestores estaduais e municipais que também façam suas compras de equipamentos de proteção individual. As declarações sobre problemas nas compras foram dadas em coletiva de imprensa na Palácio do Planalto nesta quarta-feira.

Passo atrás

– Os Estados Unidos mandaram 23 aviões cargueiros dos maiores para a China, para levar o material que eles adquiriram. As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder fazer o abastecimento, muitas caíram.

Mandetta disse que, no caso de respiradores, importantes para pacientes graves, fornecedores que já tinham sido contratados, mas disseram que não tinham mais estoque para atender.

— Nós estávamos comprados, tínhamos, quando começamos a pedir. Entregaram a primeira parte. Na segunda parte, mesmo com eles contratados, assinados, com o dinheiro para pagar, quem ganhou falou: não tenho mais os respiradores, não consigo te entregar. Então, nós voltamos de algo que a gente achava que a gente já tinha, demos um passo para trás.

Mandetta voltou a falar que será preciso normatizar o uso de máscaras N95, considerada mais moderna para filtrar o ar. Segundo ele, o equipamento terá o nome de cada profissional de saúde e será esterilizada para ser usada por diversas vezes.

— A gente espera que a China volte a ter uma produção mais organizada, e a gente espera que os países que exercem o seu poder muito forte de compra já tenham saciado das suas necessidades para que o Brasil possa entrar e comprar a parte para proteger nosso povo.asso atrás” na aquisição desses itens fundamentais ao enfrentamento ao covid-19.

Fonte: O Globo

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Transportes do RJ ainda têm aglomerações de passageiros, apesar do avanço do novo coronavírus

Apesar de poucas filas nas estações, imagens mostraram vagão de trem do ramal Japeri lotado na manhã desta terça-feira (31). Barcas apresentavam enorme fila em Niterói.

 

Apesar as medidas protetivas para evitar aglomerações no transporte público do Rio devido à pandemia do novo coronavírus, imagens feitas na manhã desta terça-feira (31) mostraram agrupamento de passageiros em trem da Supervia e no terminal das barcas em Niterói, na Região Metropolitana.

Por volta das 6h, não havia filas nas estações da Baixada Fluminense que mais apresentavam aglomerações, mas um vídeo enviado à TV Globo por uma passageira mostrava um trem do ramal Japeri lotado, com passageiros em pé e aglomerados.

A situação ocorre mesmo com bloqueio da Polícia Militar nas estações, em que embarcam apenas funcionários de serviços essenciais à cidade.

A Supervia informou que a partir desta terça (31), vai operar considerando o horário de pico às 5h e não mais às 6h. A medida tem como objetivo diminuir os intervalos das viagens de 15 para 12 minutos e disponibilizar trens extras para os três ramais :

Havia também reforço de funcionários responsáveis por dar orientações na porta das estações.

Aglomerações também foram percebidas nas barcas. Por volta das 6h10, a plataforma da estação Arariboia, em Niterói, estava cheia de passageiros que aguardavam a barca atracar para seguirem viagem ao Rio.

No BRT, apesar de não apresentar lotação no Terminal Alvorada, ônibus de linhas convencionais que fazem parada na estação estavam cheios, com passageiros em pé e amontoados por volta das 7h30. A situação foi flagrada apesar de uma equipe de fiscalização da Secretaria Municipal de Transportes vistoriar a estação.

Em entrevista ao Bom Dia Rio nesta terça-feira (31), o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, afirmou que, em consonância com a Secretaria de Transportes, um escalonamento dos horários de entrada dos funcionários nas empresas nos períodos da manhã e da tarde pode ser uma alternativa para diminuir a aglomeração nos transportes.
Fonte: G1

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Câmara de Japeri, RJ, aumenta salários de vereadores e servidores em meio à pandemia de coronavírus

Salário atual de um vereador é de R$ 10,5 mil e, com a mudança, passa para R$ 13,12 mil. Presidente da Casa afirmou que medida foi recomposição da perda pelos índices da inflação acumulados desde 2015.

A Câmara de Vereadores de Japeri, na Baixada Fluminense, aprovou aumento de 25% dos salários dos servidores efetivos e comissionados da Casa em meio à pandemia do novo coronavírus. A medida entra em vigor a partir de abril, após publicação no Diário Oficial do município na terça-feira (24). O salário atual de um vereador é de R$ 10,5 mil e, com a mudança, passa para R$ 13,12 mil.

Devido ao isolamento para tentar conter a disseminação rápida da doença, a situação financeira de municípios, estados e da União tem causado preocupação. Nesta quinta (26), o governador do Rio chegou a pedir ajuda financeira ao governo federal para evitar um colapso financeiro do estado.

Em mensagens enviadas à TV Globo, servidores da Educação de Japeri se indignaram com o aumento já que a categoria busca, desde 2008, pelo plano de cargos e salários. Atualmente, o pagamento bruto de um professor é de R$ 2,4 mil.

O presidente da Câmara Municipal, Márcio Manequinha, alegou que a ação é uma recomposição da perda pelos índices da inflação acumulados desde 2015, ou seja, que desde o ano citado, os servidores não receberam reajustes a título de recomposição.

Além disso, o parlamentar afirmou que a medida, prevista na Lei, foi planejada no início de janeiro deste ano, antes da declaração de pandemia do novo coronavírus.

Japeri possui um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano da Região Metropolitana, e um dos maiores em casos de homicídios dolosos, contabilizando 58 crimes a cada 100 mil habitantes.

Essa mesma cidade completou, em junho de 2019, 28 anos de emancipação com três dias de festa e um cachê de R$ 250 mil para show da cantora Ludmilla.

‘Caos financeiro’

O governador do RJ, Wilson Witzel, afirmou nesta quinta-feira (26) que o estado pode entrar em um ‘caos financeiro’ caso o governo federal não apresente recursos para a retomada da economia no Rio de Janeiro até a segunda-feira (30).

Segundo Witzel, as medidas protetivas contra o coronavírus no estado do RJ podem ser reavaliadas caso a ajuda não chegue.

“Não podemos pedir para autônomos e pequenos empresários ficarem paralisados se não houver uma sinalização imediata do ministro [da Economia] Paulo Guedes que ele vai colocar pelo menos R$ 500 bilhões na economia — que é a cifra que nós mais ou menos imaginamos que deve ser colocada na economia”, detalhou.

Segundo Witzel, o estado tem hoje um déficit de R$ 10 bilhões que surgiu em decorrência não só por conta da queda da arrecadação para preservar vidas no combate ao coronavírus, mas também da queda do barril do petróleo.
Fonte: G1

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‘Incendiário’, ‘inacreditável’ e ‘contraditório’: imprensa europeia analisa pronunciamento de Bolsonaro sobre coronavírus

Jornais de Portugal, Inglaterra, França e Espanha noticiaram discurso de presidente Jair Bolsonaro

 

A imprensa europeia destaca, nesta quarta-feira (25), as declarações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão realizado na noite de terça-feira (24). Para os jornais, as declarações do líder da extrema direita do Brasil são “incendiárias”, “difíceis de acreditar” e vão de encontro com as próprias recomendações do Ministério da Saúde do país.

Para o jornal francês “Le Monde”, o presidente “minimiza os riscos relacionados à pandemia da Covid-19 ao criticar as medidas tomadas em diversas cidades e Estados do país, em um momento em que um terço da população mundial é colocada em confinamento”.

O diário também destaca que Bolsonaro acusou as mídias do país de propagar “histeria”, diante da pandemia que já causou mais de 18 mil mortos no mundo. “O Brasil está protegido da doença, segundo ele, devido ao clima quente e a população majoritariamente jovem”, reitera a matéria.

O jornal “Le Parisien” lembra que, no momento do discurso de Bolsonaro, o Brasil contabilizava 2.201 casos de coronavírus e 46 mortes. “Mas as deficiências do sistema de saúde, além da pobreza e a insalubridade nas quais vivem uma grande parte da população, ameaçam agravar a epidemia na primeira economia da América Latina”, afirma o diário.

Discurso resultou em “panelaços”

O jornal britânico “The Guardian” destaca que o presidente brasileiro declarou que “nada sentiria” caso fosse contaminado pela Covid-19. A matéria classifica as afirmações do presidente como “incendiárias” e ressalta que o discurso provocou grandes “panelaços” no Rio e em São Paulo.

“The Guardian” lembra que as duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio e muitas outras em todo o país, confinaram seus moradores “para salvar vidas”. O jornal também destaca que muitos opositores de Bolsonaro acreditam que sua resposta à epidemia de coronavírus no Brasil “vai ser o fim de sua carreira política”.

Em editorial, o jornal espanhol “El País” analisa como a América Latina lida com a pandemia e afirma que Bolsonaro “é o pior caso” entre alguns líderes da região que tentam minimizar a situação. Para o diário, o presidente está mais preocupado com a briga política com os governadores de São Paulo e do Rio – estados que concentram 60% dos casos de coronavirus do Brasil – do que com os riscos da pandemia.

“E os riscos são gigantescos!”, afirma o editoralista. “As declarações oficiais de que o Brasil dispõe de recursos suficientes para enfrentar esse tsunami são difíceis de acreditar”, reitera o artigo. Para “El País”, a situação catastrófica de falta de material médico, hospitais e profissionais da área da saúde que vivem atualmente a Europa e os Estados Unidos pode se repetir no Brasil. “O vírus se comporta de maneira similar em todas as latitudes”, conclui.

Contra recomendações do Ministério da Saúde

Na live que faz diariamente em seu site, o jornal português “Público” lembra que o apelo de Bolsonaro pela reabertura das escolas e o restabelecimento do funcionamento do comércio contrariam as recomendações do próprio governo brasileiro. “No site, o Ministério da Saúde brasileiro aconselha a população a evitar aglomerações, a reduzir os deslocamentos para o trabalho, defendendo o ‘trabalho remoto’ e a ‘antecipação de férias em instituições de ensino’, especialmente em regiões com transmissão comunitária do vírus”.

O jornal também destaca que Bolsonaro subestima a pandemia, ao afirmar que se fosse contaminado “não precisaria se preocupar”. “O chefe de Estado do Brasil já se submeteu a dois exames ao novo coronavírus, ambos de resultado negativo, segundo o próprio. A imprensa pediu a divulgação pública dos resultados, mas sem êxito”, conclui o diário.
Fonte: G1

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PT, Psol e Rede pedem cassação do mandato de Flávio Bolsonaro por quebra de decoro

Partidos afirmam que Flávio tem ligação com milícias. O presidente do Conselho de Ética do Senado, Jayme Campos, analisará se aceita a representação.

 

Deputados e senadores do PT, Psol e Rede protocolaram no Senado nesta quarta-feira (19) representação pedindo cassação do mandato do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) por quebra de decoro parlamentar.

O documento foi entregue ao senador Jayme Campos (MT-DEM), presidente do Conselho de Ética do Senado. Ele ouvirá a assessoria jurídica da Casa para decidir se aceita a representação.

O senador Jayme Campos pode decidir que não existem elementos suficientes para abertura do processo. Caso a representação seja aceita, o senador será notificado e terá prazo de 10 dias para apresentar sua defesa.

Entre os argumentos pela cassação, a oposição afirma que Flávio tem ligação com a milícia do Rio de Janeiro. Também citam a relação do senador com o miliciano Adriano da Nóbrega, morto em operação policial em 9 de fevereiro.

>”As investigações levadas a efeito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e muitas das posturas como político, manifestações públicas como discursos, publicação de fotos, homenagens reiteradas efetuadas na Assembleia Legislativa e a nomeação no gabinete de parentes e de pessoas muito próximas de milicianos do Rio de Janeiro, confirmam a denunciada forte e antiga relação com milícias, recheada da prática de ilícitos outros”, diz trecho da representação.

A oposição também cita a investigação feita no gabinete de Flávio Bolsonaro por suspeita de funcionários fantasmas e da prática da “rachadinha” quando Flávio ainda era deputado estadual no Rio de Janeiro.

De acordo com a representação, Flávio quebra o decoro “ao deixar de observar os deveres advindos dos princípios e valores social e constitucionalmente previstos” ao ser “séria e robustamente acusado da prática de ilícitos contra a administração pública”.

A representação diz que os atos de Flávio aviltam a imagem do Senado e de todo o arranjo político institucional brasileiro. Ainda segundo o pedido, mesmo que os atos sejam anteriores ao atual mandato de Flávio no Senado, é possível a cassação.

“Não importa, conforme vêm decidindo o STF e demais tribunais, o tempo da ocorrência do delito ético político para fins de verificação e punição pela quebra de decoro”, diz o texto.
Fonte: G1

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Cada vez mais próximo a Bolsonaro, Bretas usa até carro oficial da Presidência

Juiz da Lava-Jato mantém conversas privadas com Bolsonaro, participa de festa evangélica na praia e da inauguração de obra, onde chegou no carro oficial do presidente

Além de mostrar a aproximação entre o presidente Jair Bolsonaro e o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), o evento evangélico do último sábado na Praia de Botafogo, no Rio, expôs outra relação que vem se intensificando silenciosamente nos últimos meses. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, responsável pelos processos da Operação Lava-Jato no estado, está a cada dia mais afinado com o Palácio do Planalto, a ponto de manter conversas privadas com o presidente e participar até de inauguração de obra.

No sábado, antes de aparecer próximo a Bolsonaro em um vídeo cantando música entoada pelo missionário R.R Soares, Bretas esteve na inauguração da alça de ligação da Ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha. O magistrado chegou ao local no carro oficial do próprio presidente e subiu em um palco para discursos ao lado de ministros, prefeitos e deputados, situação atípica para a função que exerce nos tribunais. Na ausência do governador Wilson Witzel (PSC-RJ) — adversário declarado do presidente — acabou sendo a principal autoridade fluminense convidada para o evento.

A relação tête-à-tête entre Bolsonaro e Bretas começou a ser construída em 2 de junho do ano passado, quando o juiz desembarcou em Brasília para passar algumas horas de um sábado com o presidente em uma agenda não divulgada. Foi o mesmo período no qual Bolsonaro disse que gostaria de nomear para o Supremo Tribunal Federal (STF) um ministro “terrivelmente evangélico” — Bretas é adepto da religião.

A simpatia do magistrado por Bolsonaro é expressada nas redes desde o período eleitoral (ele curte e comenta postagens do presidente de tempos em tempos). Quando Bolsonaro passou a seguir o seu perfil no Twitter recentemente, Bretas escreveu: “Honrado em ter dentre os seguidores desta conta Twitter o Presidente da República do Brasil. Gratidão”. Ontem, o juiz fez questão de colocar no Instagram um vídeo de boas-vindas para o presidente na chegada ao Rio.

— Nos damos bem, mas não vou dar detalhes da minha relação com ele — diz Bretas ao GLOBO, negando que haja relação da afinidade com a indicação para o STF no fim deste ano — Você que está dizendo — desconversa.

A primeira vez que a possibilidade de ida para o Supremo foi cogitada no meio jurídico deu-se em novembro de 2018, logo após a vitória de Bolsonaro. Eleito senador, o filho Flávio, então deputado estadual, esteve durante duas horas no gabinete de Bretas no Centro do Rio. Desde então, o juiz passou a admitir abertamente para pessoas próximas que ir para o STF “poderia ser o auge da sua carreira”. Também defendeu a colegas o critério da escalação de um evangélico no posto, tendo em vista que a maioria da Corte é composta por católicos.

Atualmente, três nomes vêm sendo cotados como favoritos para a vaga no STF desejada por Bretas: o ministro da Justiça, Sergio Moro; o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça; e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira. Bolsonaro poderá nomear dois ministros do Supremo até o fim do seu mandato com as aposentadorias de Celso de Melo, em novembro deste ano, e Marco Aurélio Melo, em julho de 2021.

Perto de Moro e Valeixo

Bretas manteve-se prestigiado no Planalto a despeito de dois movimentos recentes que poderiam ter desagradado o presidente. No início de janeiro, ele se posicionou nas redes sociais contra a criação do juiz de garantias, sancionado por Bolsonaro no pacote anticrime. Há três semanas, recebeu em seu gabinete Moro e o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, pivô de um atrito com o presidente no ano passado, que cogitou demiti-lo da função. Na ocasião, Bolsonaro estava visivelmente irritado nos bastidores com o desempenho de Moro no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Aliados de Bolsonaro defendem que Bretas poderia ser uma opção para o Ministério da Justiça caso Moro deixe o governo em algum momento. Mostrar-se ligado a símbolos do combate à corrupção no país é importante para o presidente, que se elegeu sob essa bandeira e vem sofrendo cobranças nas redes em temas como o caso Fabrício Queiroz ou das candidaturas laranjas do PSL. Até hoje, contudo, o juiz Lava-Jato Fluminense jamais demonstrou vontade de ir para o Poder Executivo. Desde o ano passado, vem rejeitando convites para concorrer a prefeito do Rio.

Fonte: O Globo

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Preço da carne cai, e inflação oficial fica em 0,21% em janeiro, aponta IBGE

Taxa é a menor para um primeiro mês do ano desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

Depois de uma disparada em 2019, a carne carne ficou mais barata em janeiro e puxou a desaceleração da inflação oficial neste início de ano. Considerado a inflação oficial do Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,21% em janeiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – a menor taxa para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em julho de 1994.

Em dezembro, o indicador havia ficado em 1,15%. Em 2019, o IPCA ficou em 4,31%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4,25%, na maior inflação anual desde 2016, quando ficou em 6,39%.

Contribuições

A maior influência de queda veio dos preços das carnes, que recuaram 4,03% no mês, depois de uma alta de 18,06% no mês anterior. De acordo com o IBGE, as carnes contribuíram com -0,11 ponto percentual no índice do mês, o maior impacto negativo sobre o indicador.

“Tivemos uma alta muito grande no preço das carnes, nos últimos meses do ano passado, devido às exportações para a China e alta do dólar que restringiram a oferta no mercado interno. Agora, percebemos um recuo natural dos preços, na medida em que a produção vai se restabelecendo para atender ao mercado interno”, apontou em nota o gerente do IBGE, Pedro Kislanov.

No lado das altas, os destaques foram o plano de saúde (0,60%) e os produtos farmacêuticos (0,33%).

Grupos de despesas

A queda no preço das carnes influenciou a desaceleração na inflação do grupo alimentação e bebidas, cuja taxa recuou de 3,38% em dezembro para 0,39% em janeiro. Entre os grupos de despesa, houve contribuição negativa também de saúde e cuidados pessoais (cuja taxa passou de 0,42% para -0,32%), principalmente por conta produtos para pele (-6,51%) e dos perfumes (-4,66%).

Ficaram menores também as taxas de vestuário (de 0 para -0,48%), transportes (de 1,54% para 0,32%), despesas pessoais (de 0,92% para 0,35%), educação (de 0,2% para 0,16%) e comunicação (de 0,66% para 0,12%).

O IBGE destaca que o resultado dos transportes, que passaram a ter o maior peso na nova cesta, foi puxado pela gasolina (0,89%) e o etanol (2,59%). Os preços dos ônibus urbanos variaram 0,78%, devido aos reajustes nas tarifas em várias regiões. Já o maior impacto negativo (-0,05 p.p.) veio das passagens aéreas (-6,75%), que haviam apresentado alta de 15,62% no índice de dezembro.

Na outra ponta, destaque para o grupo habitação, cuja taxa acelerou de -0,82% em dezembro para 0,55% em janeiro. Já a taxa de artigos de residência passou de -0,48% para -0,07%.

Mudança no cálculo

O IPCA de janeiro já reflete a mudança no cálculo anunciada em outubro do ano passado. Diante dos novos hábitos de consumo dos brasileiros, identificados por meio da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, o IBGE decidiu alterar em 2020 a cesta de produtos e serviços pesquisados mensalmente para se aferir a inflação.

A nova estrutura do IPCA considera 377 produtos e serviços, com seis subitens a menos que a divulgada até 2019.

A pesquisa passa a incluir o acompanhamento de preços de 56 novos itens, como tratamento de pets e macarrão instantâneo. Já itens cujo peso ficou menor no orçamento das famílias, como aparelhos de DVD, máquinas fotográficas, microondas, orelhões e liquidificadores, saíram do cálculo.

A maior mudança foi a alteração do peso do grupo de transportes na composição do IPCA. Pela primeira vez, ele superou o grupo de alimentação e bebidas no orçamento familiar do brasileiro. Os transportes passam a representar 20,8% do indicador da inflação, enquanto o de alimentos passa a ser de 19%.

Perspectivas para 2020

Apesar da maior pressão inflacionária a reta final de 2019, puxada principalmente pelo alta do preço da carne, a expectativa é que a inflação permanecerá em patamar baixo este ano.

Para 2020, os economistas das instituições financeiras projetam um IPCA em 3,40%, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Neste ano, o centro da meta é de 4%, um pouco menor que em 2019. A meta terá sido cumprida se o índice oscilar de 2,5% a 5,5%.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros. A Selic terminou 2019 a 4,5% ao ano, nova mínima histórica, após novo corte de 0,5 ponto em dezembro, quando o BC indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.

A expectativa atual do mercado para a taxa básica de juros é de que a Selic encerre este ano no patamar atual, em 4,25%.

INPC é o menor para janeiro desde 1995

O IBGE também divulgou nesta sexta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), referente às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.

O INPC teve alta de 0,19% em janeiro, abaixo dos 1,22% registrados em dezembro. Esse também foi o maior resultado para um mês de janeiro desde o início do Plano Real. O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,3%. Em janeiro de 2019, a taxa foi de 0,36%.
Fonte: G1

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Bolsonaro exclui participação da sociedade civil de conselho do Fundo Nacional do Meio Ambiente

Mecanismo será formado apenas por membros do governo e tem para 2020 um orçamento de mais de R$ 33 milhões.

O presidente Jair Bolsonaro excluiu a sociedade civil do conselho deliberativo do Fundo Nacional do Meio Ambiente. O decreto com a mudança foi publicado nesta quinta-feira (6) no “Diário Oficial da União”.

O Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) é administrado pelo Ministério do Meio Ambiente e é responsável por fomentar o desenvolvimento de atividades sustentáveis no país, distribuindo verbas arrecadadas nas concessões florestais. O orçamento de 2020 do FNMA é de R$ 33 milhões.

O conselho passa a ser composto por:

  • Ministro de Estado do Meio Ambiente (Presidente)
  • Representante da Casa Civil da Presidência da República
  • Representante do Ministério da Economia
  • Representante do Ministério do Meio Ambiente
  • Representante do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
  • Representante do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

Anteriormente, o conselho também contava com a participação de representantes da Associação Brasileira de Entidades do Meio Ambiente (Abema), da Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente (Anamma), do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (FBOMS), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Não é a primeira vez que o governo Bolsonaro diminui a participação da sociedade civil em conselhos. Ele já havia reduzido de 22 para 4 participantes no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Houve redução na presença civil também no Conselho Superior de Cinema e no Conselho Nacional de Política Sobre Drogas.

Sem projetos

O FNMA foi criado em 1989 para apoiar projetos sobre uso racional e sustentável de recursos naturais. Os valores gerenciados pelo Fundo passam pela análise do Conselho, responsável por aprovar os projetos que receberão os aportes.

No orçamento de 2020, R$ 33.687.889 estão destinados para as atividades do Fundo. No ano passado, dos mais de R$ 50 milhões orçados, cerca de R$ 289 mil foram aplicados apenas na administração do Fundo e nada foi dado para projetos.

Em 2018, dos mais de R$ 20 milhões orçados, o Fundo não direcionou recursos para projetos de desenvolvimento sustentável.
Fonte: G1

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Após temporal, trens do Rio têm intervalos irregulares; volta a chover nesta segunda

A cidade retornou ao estágio de mobilização às 3h20. Dia deve ter tempo fechado, podendo ocorrer pancadas de chuva a qualquer momento, ocasionalmente fortes.

Depois do temporal que atingiu o Rio de Janeiro e a Região Metropolitana na noite de domingo (2), a capital fluminense tem bolsões d’água em vários pontos e os trens da Supervia operaram com intervalos irregulares. A cidade retornou ao estágio de mobilização às 3h20.

De acordo com o Climatempo, há previsão de mais chuva nesta segunda-feira (3). O dia deve ter tempo fechado, podendo ocorrer pancadas a qualquer momento, ocasionalmente fortes. A temperatura máxima não deve ultrapassar os 29ºC. A mínima é de 21ºC.

Três ramais dos trens da Supervia chegaram a operar com intervalos irregulares por causa de problemas na sinalização causados pela chuva. Os intervalos foram regularizados às 9h. São eles:

  • Deodoro;
  • Santa Cruz;
  • Japeri.

Entre os pontos que apresentavam bolsões d’água às 6h41 estavam:

  • Pista lateral da Avenida Brasil, na altura de Manguinhos;
  • Pista sentido Zona Oeste da Avenida Brasil, na altura da Ceasa, em Irajá;
  • Linha Vermelha, na saída da Linha Amarela.

Queda de árvores
O Centro de Operações Rio registrou a queda de oito árvores por causa do temporal, sendo que três delas já foram removidas. Dois postes desabaram e a Light foi chamada, de acordo com o COR.

Oito sirenes foram acionadas em comunidades das zonas Norte e Oeste. O Alto da Boa Vista chegou a ficar fechado das 20h às 2h desta segunda.

Os locais onde mais choveu foram Pavuna (153,2 mm), na Zona Norte; São João de Meriti (146,4 MM), na Baixada Fluminense; Guadalupe (136,6 MM) e Padre Miguel (128,4 MM), na Zona Oeste.

Uma van que carregava pacientes de Nilópolis, na Baixada Fluminense, que precisam de atendimento, ficou presa em um alagamento na Rua Mercúrio, na Pavuna, na Zona Norte do Rio. Às 6h11, eles foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros.

Os cerca de 20 pacientes e o motorista foram retirados após o caminhão da corporação puxar o veículo com a ajuda de uma corda. Um ônibus também ficou enguiçado na região.

Alguns pacientes lamentaram a perda de consultas e tratamentos marcados. “Eu vou para casa, hoje não dá mais para consultar não”, contou uma passageira.

Rio Acari transborda

Acari, na Zona Norte, foi um dos locais mais atingidos pelo temporal. O rio transbordou e a água passava do joelho nesta manhã. No Parque Columbia, que fica às margens do rio, moradores pediam ajuda.

Eles afirmam que todas as vezes que chove o rio transborda e é a mesma situação. Um morador retirou uma geladeira de casa e jogou na rua, inundada. Na esquina, funciona uma escola municipal, que também ficou bastante prejudicada pelas chuvas de domingo.

Um carro estacionado próximo à escola foi completamente coberto pela inundação. Imagens aéreas mostraram o rio com bastante lixo.

Casa desabou

Uma casa desabou na Vila Kennedy durante a noite de domingo. Uma família, formada por mãe e dois filhos, ficou ferida. Quando os bombeiros chegaram para fazer o resgate, os outros moradores já haviam levado os feridos para unidades de saúde.

Todos foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Kennedy. A mãe já foi liberada. As crianças, uma menina de 5 anos e um menino de 8, foram transferidas para o Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio.

A menina já teve alta e o menino segue internado, com estado de saúde estável.

Carro ilhado na Av. Brasil

Nesta manhã, um carro ficou ilhado na pista sentido Centro da Avenida Brasil, na altura da Vila Kennedy. O motorista tentou avançar e ficou parado no meio do bolsão d’água. Os veículos só conseguiam passar pelo canto e logo formou-se um congestionamento na região.

A pista lateral da Avenida Brasil também ficou alagada entre Deodoro e Magalhães Bastos, em direção à Zona Oeste. Moradores colocaram cavaletes para alertar os motoristas. Ainda assim, uma van ficou presa no meio da água.

Volta às aulas

A volta às aulas de várias escolas particulares também está prevista para a manhã desta segunda. De acordo com Airton Aguiar, presidente da CET-Rio, os bairros da capital fluminense que costumam ter o trânsito mais impactado por causa do aumento de carros são Botafogo, Tijuca e Jacarepaguá.

“A gente pede que não façam fila dupla para melhorar o trânsito da cidade”, destacou Aguiar.

Teto de hospital desaba

O teto do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, cedeu no domingo por conta da força da água e muita chuva atingiu o interior da unidade. Ninguém ficou ferido.

A Rio Saúde informou que providencia o reparo e a limpeza. “A área foi isolada, imediatamente, para o início dos trabalhos das equipes limpeza e manutenção”.

Em Marechal Hermes, passageiros de um ônibus também ficaram ilhados.

Na Rua Jardim Botânico, na Zona Sul, a água invadiu as lojas. Bolsões d’água também se formaram na altura do Túnel Rebouças.
Fonte: G1

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